A Tuna da Universidade Católica do Porto (TUCP) foi a grande vencedora da XXIV edição do FITU – Festival Internacional de Tunas Universitárias. O grupo arrecadou também o galardão de Melhor Solista, com a interpretação do tema “Oração”. Foi como que um presente de aniversário para esta tuna, que este ano celebra 20 anos. E, também em jeito de comemoração, o reportório contemplou músicas bem mais antigas.

Para Sérgio Azevedo, da TUCP, a amizade, união, coesão e trabalho são as qualidades que distinguem o grupo. “A sensação de ganhar o FITU é muito boa”, afirmou, ao JPN, Sérgio Azevedo, isto apesar de não ser o primeiro galardão do agrupamento. “Nós já estamos habituados”, graceja. O prémio foi muito celebrado pelos estudantes da Católica que se encontravam na plateia e que durante toda a noite fizeram ecoar no Coliseu músicas de apoio à sua tuna e à sua Universidade.

Novos membros para o Orfeão:

Durante todo evento, os membros do Orfeão Universitário do Porto apelaram aos estudantes das várias faculdades para fazerem audições e integrarem os vários grupos que constituem o grupo. Até 11 de Novembro, os interessados poderão dirigir-se à sede do OUP, na Rua dos Bragas.

O segundo lugar pertenceu à Infantuna de Viseu e o terceiro à Tuna do Instituto Superior Técnico. No que respeita aos prémios por categorias, a Tuna da Universitário do Minho arrecadou o Prémio do Público e o de Melhor Bandeira. A Tuna da Faculdade de Economia do Porto levou para casa o prémio de Melhor Pandeireta, enquanto o Melhor Instrumental pertenceu à Tuna de Engenharia da Universidade do Porto.

Falta de público e problemas de som

Na 24.ª edição, o FITU continuou a ser um festival de estudantes e para estudantes, embora a adesão do público não tenha sido a melhor. A organização quer agora esquecer os lugares vazios desta edição e voltar a esgotar o Coliseu do Porto nos próximos anos.

Marina Pinto admite que a ausência de público entristeceu a organização e apela à colaboração “das autoridades competentes, como a Câmara Municipal do Porto, da Reitoria da Universidade do Porto e de todas as instituições da cidade” para que no “25.º aniversário do festival, nas bodas de prata”, o FITU conte com o “apoio merecido”. A responsável aponta a crise orçamental, que limitou o apoio financeiro das entidades à divulgação do festival, como a grande culpada pela diminuição da audiência.

Já Sérgio Azevedo considera que o FITU deveria mudar o formato e realizar-se apenas num dia. O tuno salienta, ainda, que na semana passada realizou-se um outro festival de tunas, o Padrecos, o que pode ter dividido o público.

A organização já está a pensar numa edição especial para comemorar a 25.ª edição do FITU no próximo ano, mas Marina Pinto prefere “manter tudo no segredo dos deuses”.

Também os problemas de som marcaram esta edição do FITU, principalmente na noite de sexta-feira. Houve falhas nalguns microfones e os próprios músicos não se conseguiam ouvir uns aos outros em palco. Apesar de se notar uma melhoria na noite de sábado, as tunas continuaram a queixar-se dos problemas de som, chamando à atenção dos técnicos durante as actuações. Marina Pinto reconhece que “o som não esteve ao nível de edições anteriores”.

Uma convidada especial de Madrid

Apesar de ser um festival internacional, apenas uma das tunas convidadas era estrangeira. Marina Pinto, membro da comissão organizadora e da Tuna Feminina do Orfeão da Universidade do Porto (TUNAF), explica que, muitas vezes, não há recursos suficientes para convidar agrupamentos de fora do país: “[Convidadas] pelo Orfeão só vinham tunas estrangeiras, mas há que recebê-las convenientemente e é preciso meios para isso.”

Este ano, a convidada especial foi a Agrupación Arcipreste de Hita, uma tuna formada por antigos tunos da Universidade de Madrid. A maior parte dos elementos são professores catedráticos que, nos seus tempos de estudantes, pertenceram a diferentes tunas de diversas faculdades. Com improviso à mistura, houve até lugar para um cheirinho de pasodoble, proporcionado por um membro da tuna e uma senhora que se encontrava na plateia.