O Flea Market, conhecido como a Ladra do Norte, mantém a condição ambulante e, desta vez, instala-se num antigo armazém vazio do nº 32/36 da Rua das Flores, convidando os seus vendedores a transformar este espaço e a dar-lhe um novo significado. O evento realiza-se amanhã, sábado, entre as 15h00 e as 19h00.

O tema do evento é o Street Style e surge para “colmatar falha” do “comércio portuense”, diz Ana Neto, da S.P.O.T. (Sociedade Portuense, Outras Tendências Lda). Segundo a organizadora, o Porto precisa de feiras de artigos em segunda mão, pois “já existem lojas onde se pode encontrar artigos vintage” mas “ou é caro ou tem fraca qualidade”.

Para criar o ambiente certo, Serial, dos Mind da Gap, será o dj convidado. Como habitualmente vem acontecendo, o Flea Market conta, também, com eventos paralelos. Das 12h00 às 18h00, haverá um concurso de skate organizado pela Kate Skateshop. Às 19h00, será feita a projecção da nova tour da DVS em Portugal e, das 15h00 às 19h00, é promovido um concurso em parceria com a Photographic Youth Music Culture Archive (PYMCA), de Londres. Neste concurso, o melhor look street style fotografado no Flea Market
ganhará o livro “Street Style”, lançado por esta associação.

O objectivo do concurso é encontrar jovens que queiram documentar o seu estilo urbano e fazer parte da base de dados internacional da PYMCA, em Londres. Todos os estilos são bem vindos, sejam eles góticos, rockabilies, betos, yupies, metaleiros, rastafaris…

A moda de fotografar o Street Style já existe há alguns anos no estrangeiro, mas só agora começa a implementar-se em Portugal. Questionada sobre o facto dos blogs de Street Style serem a causa ou a consequência desta moda, Ana Neto não hesita. “É a causa, porque acelera o processo, mas, ao mesmo tempo, são a consequência da proliferação do urbano”, entende. Para Ana Neto, “é bom que o Street Style se expanda mais em Portugal”, porque “é importante documentar o dia-a-dia”, ajudando a “criar a identidade de uma zona” e, ao mesmo tempo, a “expandir mentalidades” num país ainda “muito conservador”.

Uma feira para todos os gostos

A feira conta com a visita de todo o tipo de público. Ana Neto diz que “podemos encontrar lá desde as «tias da Foz» que querem roupa vintage, punks que procuram artigos de estilo alternativo e até estrangeiros que ouvem falar no Flea Market e resolvem visitar.” Todos procuram o mesmo: artigos em segunda mão, de boa qualidade, que não estão disponíveis no comum mercado comercial.

Na agenda, a S.P.O.T. tem previstos dois workshops: um de carácter sustentável e outro de intervenção urbana. Ana Neto desvenda um pouco do último e revela que será num espaço público, mostrando às pessoas como podemos utilizar o material de rua a nosso favor. “Muitas zonas do Porto estão diversas vezes em obras. Vamos, por exemplo, mostrar às pessoas como, dos contentores, se podem fazer piscinas, pistas de skate, ou, até mesmo, jardins”, explica.