Foi uma manifestação como tantas outras, aquela que aconteceu no sábado, dia 20, em plena Baixa lisboeta, à margem da Cimeira da NATO. Organizada pela CGTP e apoiada por várias organizações civis e políticas, a marcha teve início na Praça do Marquês do Pombal e contou com cerca de oito mil participantes de mais de cem associações. A PSP não poupou meios e deslocou para o local centenas de agentes do corpo de intervenção.

Os manifestantes responderam à convocatória e às 15h00 em ponto iniciaram a descida da Avenida da Liberdade, rumo à Praça dos Restauradores. Empunhando cartazes e bandeiras, gritavam palavras de ordem contra a NATO, mas não só. A actual crise financeira serviu de mote para duras críticas a José Sócrates.

A participação do Partido Comunista Português na manifestação foi bem evidente. A grande maioria dos manifestantes empunhavam bandeiras ou ostentavam símbolos do partido dirigido por Jerónimo de Sousa, que também marcou presença na marcha. Por essa razão, e até à chegada dos movimentos de extrema-esquerda, a manifestação mais parecia uma extensão da Festa do Avante.

A festa dos extremistas

Separados do grosso da manifestação, e rodeados por um forte cordão policial, os elementos das associações de extrema-esquerda acabaram por não promover actos de desobediência civil, violência ou vandalismo.

Houve momentos de tensão, especialmente quando os cânticos entoados eram dirigidos às autoridades ou sempre que algum participante tentava, sem sucesso, furar a barreira policial, mas sempre sem incidentes.

Acabou a Cimeira da NATO. O fim-de-semana em Lisboa afectou os lisboetas, nomeadamente no que toca ao trânsito da cidade, mas as previsões de ameaça à segurança nacional nunca foram uma possibilidade real. E o Black Bloc, esse, nem vê-lo.