É já amanhã, sexta-feira, que a rede de informação local Porto24 fica acessível online. O projecto “nasceu”, conta um dos fundadores, Pedro Rios, “há três anos” e foi “sendo maturado até assumir o figurino actual”. Não surgiu por falta de alternativas no Porto, até porque “a oferta jornalística do Porto tem qualidade”, mas para assegurar propósitos diferentes dos disponibilizados por cá actualmente. “Acreditamos que o que falta é um meio verdadeiramente local exclusivamente online”, entende.

A autêntica rede de sites, surge, para já, com quatro “espaços”, “cada um com públicos-alvo, conteúdos e missões diferentes”, mas agregados. Aliás, “o ponto de agregação é outro elemento diferenciador do Porto24”, pois, “em cada site, surgem ligações para os outros”. “Uma peça no Porto24 sobre um videojogo feito no Porto pode incluir ligações para uma peça de perfil sobre um criativo envolvido na empreitada na Praça”, exemplifica Pedro Rios. “As possibilidades são múltiplas”, assegura.

“Ir além do que já existe”, “abordando os temas que mexem com a cidade, em todas as áreas, com uma abordagem que resiste ao tempo” é um dos principais lemas do novo projecto. Apesar da aposta em “histórias acima da espuma dos dias”, Pedro Rios assegura que o projecto também dará espaço às notícias da actualidade. “Não acreditamos num jornalismo totalmente desligado das hard news ou da agenda. Um jornalismo autista não nos interessa”, afirma.

O “debate contínuo sobre a cidade”

De fora, fica a “luta” pela notícia de última hora. “Mais do que embarcar na luta pela maior rapidez”, pretendem “participar num debate contínuo sobre a cidade, com quem já o está a fazer” e que, muitas vezes, fica “à margem dos média profissionais”, explica Pedro Rios.

A aposta nas redes sociais é, por isso, mais do que natural. “Já ultrapassámos os mil fãs no Facebook e a participação das pessoas nessa rede social tem-nos surpreendido”, diz o co-fundador. O objectivo nas redes é “conversar”, “mais do que bombardear as redes com todos os conteúdos Porto24”. “Encaramos as redes sociais como extensões da Porto24, não como meros replicadores da informação”, explica.

“Incubada” no Pólo de Indústrias Criativas do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (onde também se instalaram as redacções de meios de comunicação como a “Rádio Nova”, o jornal “Público” ou a agência “Lusa”), local privilegiado para o “estabelecimento de sinergias entre projectos empresariais e meios já consolidados”, a redacção conta, para já, com “três pessoas fixas”, que produzem conteúdos e gerem “uma equipa de dez colaboradores”.

O conceito Porto24 poderá ser mesmo replicado noutras cidades. “A plataforma (baseada em software de código aberto) e os conceitos Porto24 são possíveis de transportar para outras cidades”, entende Pedro Rios. O próprio “plano de expansão da Rede Porto24” prevê que, “após a solidificação do projecto actual”, se “evolua para outras redes noutras áreas urbanas, “através de parcerias com agentes locais”.

Enquanto não está online, pode acompanhar o blogue da equipa da Porto24 em http://lab.porto24.pt/.