Joseph Blatter considera “obrigatório” que os árbitros do próximo Campeonato do Mundo, a ter lugar no Brasil, sejam profissionais. “Os treinadores são profissionais, os jogadores também são profissionais, não há razão para que os árbitros não o sejam”, afirma o presidente da FIFA numa entrevista ao site do organismo.

Em plena época de crise internacional, Blatter não acredita na falta de dinheiro para remunerar os juízes. Diz mesmo que “há dinheiro suficiente nos campeonatos profissionais”.

O processo de profissionalização é importante para uma maior eficácia das arbitragens. Por isso, e por respeito ao futebol, Lucílio Baptista concorda com a decisão de Joseph Blatter.

“A falta de árbitros profissionais é um desrespeito à modalidade. Não é possível numa indústria como é a do futebol haver jogadores, treinadores e até dirigentes profissionais e os árbitros serem os únicos amadores”, afirmou, esta quarta-feira, o antigo árbitro internacional na apresentação da Gala dos Campeões, jogo que opõe as selecções sub-21 campeãs do mundo em 1989 e 1991.

Lucílio Baptista referiu ainda que “não faz sentido um árbitro ser nomeado para um jogo de segunda-feira à noite e no dia seguinte ter de comparecer de manhã no seu local de trabalho”.

Profissionalização dos árbitros em Portugal

Ao contrário da Inglaterra, Itália, Espanha, Suécia, Argentina (alguns dos países com juízes profissionais), o processo de profissionalização em Portugal está em stand-by. Se o país não tiver árbitros profissionais, arrisca-se a não ter qualquer equipa de arbitragem no Mundial 2014, ao contrário do Mundial de 2010, em que uma equipa liderada por Olegário Benquerença representou a arbitragem lusa.

Esta terça-feira, Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, afirmou, no programa “Trio d’Ataque“, da RTPN, que espera poder contar com árbitros profissionais “a curto prazo”. A profissionalização é uma necessidade, pois “os melhores árbitros portugueses competem com os melhores da Europa e são eles os primeiros a querer a profissionalização e o sucesso”.

O responsável considera que enquanto não estiver cumprido todo o procedimento de legalização da profissão em termos jurídicos e fiscais, o processo de profissionalização dos árbitros não poderá avançar. Vítor Pereira deu o exemplo da Federação Sueca que, em seis meses, legalizou a profissão e já tem árbitros profissionais.