O 31.º Festival Internacional de Cinema do Porto foi oficialmente inaugurado na sexta-feira por Beatriz Pacheco Pereira depois de quatro dias de pré-Fantas. A directora do festival falou especialmente do tema deste ano, “Artes Plásticas e Cinema”, iniciando a cerimónia com agradecimentos em palco aos vários artistas, formadores e homenageados nesta edição.

Houve também espaço para considerações sobre as dificuldades da produção. O Fantasporto deste ano é, nas palavras de Beatriz Pereira, “a maior e a mais importante edição até hoje realizada” com “o maior número de filmes portugueses até hoje” (90 películas).

A directora do festival sublinhou a falta de apoios do Governo e a importância dos patrocinadores num festival que tenta “fazer muito com pouco”. Na despedida, Beatriz Pacheco Pereira pediu um viva à cultura portuguesa “tão preterida, tão pouco protegida, tão esquecida”.

“The Resident” soube a pouco

A sessão de abertura trouxe um trabalho do finlandês Antti Jokinen, “The Resident”, tendo como protagonista Hillary Swank e contando com participação de Christopher Lee. Apresentando o filme, o realizador, presente na cerimónia, relembrou os anos de esforço para conseguir fazer a sua primeira produção em Hollywood. O filme mostra a história de uma mulher que se muda sozinha para um novo apartamento, criando uma relação com o proprietário. Apesar de algum suspense, as cenas sangrentas “tipicamente fantásticas” demoram a aparecer.

No final da noite, a sensação que fica é que a abertura soube a pouco. Pedro Silva, estudante de Arqueologia, explica que achou o filme “porreiro”, mas foi na “segunda parte que ficou mais interessante”. Frieda Shube, uma ilustradora britânica a viver no Porto, é mais precisa: “não houve muito suspense, nem muitas coisas a acontecer durante o filme”.

A sessão de abertura oficial foi antecedido por uma curta metragem de animação, “Kinematrograf”, do polaco Tomek Baginski. O 31.º Fantasporto segue firme até ao dia 6 de Março, com a habitual programação de filmes nos dois auditórios do Rivoli, acompanhados por uma programação paralela sob o tema “Artes Plásticas e Cinema”.