Foram muitos o que acorreram ao Rivoli, no domingo, para assistir a mais um dia do 31º Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto. Muitos não quiseram faltar à exibição de “A Serbian Film”, do realizador sérvio Srdjan Spasojevic, filme que tem causado muita controvérsia e comoção por onde tem passado dada à violência sexual explícita e excessiva que retrata, tendo já sido alvo de censura e até mesmo retirado do programa de diversos festivais internacionais.

A premissa do filme centra-se em Milos, um actor pornográfico aposentado que aceita uma última proposta de trabalho de modo a resolver os problemas económicos da sua família. Mas só durante a rodagem do filme é que se apercebe que está envolvido num “snuff movie” que envolve práticas macabras como pedofilia ou necrofilia.

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Na apresentação do filme, que contou com a presença do realizador e do produtor Nikola Pantelic, António Reis, da organização do “Fantas”, fez questão de relembrar o teor excessivo da fita. “Não estamos aqui só para mostrar filmes fáceis, mas também filmes essenciais como este”, referiu. “É um filme imprescindível para um festival como o ‘Fantas’, atenta Reis, para quem as críticas que o trabalho tem provocado são “despropositadas”.

O realizador Srdjan Spasojevic, aproveitando para agradecer a presença do vasto público, apresentou a película como uma “metáfora” satírica à Sérvia, o seu país natal, admitindo que, de facto, não se trata de um filme politicamente correcto.

A visualização do filme gerou um clima de desconforto e embaraço por parte da plateia, havendo até alguns espectadores que não aguentaram o incómodo, saindo da sala ainda antes do fim da exibição. No final, nos corredores do Rivoli ouviam-se opiniões distintas que oscilavam entre o “ridículo” e o “adorei!”.

Convidados animam “Iron Doors”

“Iron Doors”, do britânico Stephen Manuel, foi outro dos destaques do dia. A sua exibição, no Pequeno Auditório, contou, não só com a presença do realizador, mas também com a do actor principal, Axel Wedekind.

Divertidos, e perante uma sala completamente lotada, os convidados agradeceram o convite e, apesar de poucas palavras, cativaram a audiência que aplaudiu entusiasticamente quando apareceram na tela os nomes dos dois convivas.

Baseado em sagas como “Saw” ou “O Cubo”, o filme, a que o realizador adicionou leves tragos de humor, começa com um homem que acorda preso num misterioso cofre. Sem saber como lá foi parar, tenta deslindar os enigmas que o podem libertar do cenário minimalista em que se encontra.

Artigo corrigido às 9h09 de 2 de Março de 2010