Professora de Jornalismo na Universidade Complutense de Madrid, Concha Edo acredita que o futuro do jornalismo online passa pelos smartphones e pelos quadros flexíveis, semelhantes aos tablets.

Perfil:

Concha Edo encontra-se no Porto para dar uma conferência esta quinta-feira, às 18 horas, no Pólo de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto. A sessão tem como tema “La noticia y los géneros en internet” e enquadra-se no Seminário de Ciberjornalismo. No passado, a professora já participou no II Congresso Internacional de Ciberjornalismo da Universidade do Porto e nas jornadas de Jornalismo On-line 2005 da Universidade da Beira Interior.

Estas plataformas estão a tornar-se, aliás, essenciais para a prática do jornalismo: “um jornalista sem um smartphone de qualidade não pode fazer muito”.

“É um elemento imprescindível. Em Espanha chamamos-lhe canivete suíço”, ressalva a investigadora, que, apesar de tudo, lamenta que hoje se peça a um jornalista para trabalhar “em todos os meios” em detrimento de apostar no aprofundamento da informação e tornar, como consequência, o meio informativo mais rentável.

“Não tem lógica pagar pelas notícias que se encontram em todo o lado”, diz Concha Edo, para quem é apenas justificável pagar por “conteúdos muito bons”.

Com o “excesso de informação” da Internet, o jornalista é hoje cada vez mais necessário “para sintetizar, descobrir e poder passar a informação que é realmente interessante no meio da selva que é a Internet e que por vezes tem informações supérfluas”, ressalva a professora, autora de dezenas artigos, incluindo “La noticia en internet: cibermedios, blogs y entornos comunicativos emergentes” (em pdf).

Para a investigadora, a “maioria” das críticas feitas às notícias no jornalismo online, que dão conta de falta de qualidade, são “superficiais ou grosseiras”. “No dia em que se conseguir reeducar a população, acho que vai haver comentários muito interessantes porque [todos] podem até acrescentar dados à notícia”, diz Concha Edo.

A investigadora é fã das novas tecnologias e das redes sociais, mas impõe limites. “Twitter é estupendo porque há uma conexão directa com montes de pessoas, mas é necessário saber com quem nos conectamos porque a liberdade de expressão que a Internet permite tem um lado positivo e negativo. As redes sociais são interessantes, mas se se for buscar o que é realmente bom”, diz.