Repetiu-se a película: o Benfica venceu mais uma vez (18.ª vitória consecutiva), fê-lo já nos descontos e o Sporting voltou a não ganhar. Um autêntico filme de terror para a equipa leonina.
Mas à parte de algumas semelhanças, nem tudo o que se viu ontem, quarta-feira, no Estádio da Luz, correspondeu ao passado recente das duas equipas.

O Sporting apresentou-se com outra postura, uma maior garra, visível na atitude mais determinada dos jogadores na disputa de vários lances. Ao que parece José Couceiro é capaz de domar este “leão”, nem que seja apenas para garantir o último objectivo do Sporting esta época, agora que o único troféu possível da época fugiu: segurar o terceiro lugar do campeonato.

O Benfica entrou no jogo com um ritmo menos intenso do que nos jogos anteriores. Por certo, Jorge Jesus e os seus jogadores foram apanhados de surpresa com os primeiros cinco minutos de jogo asfixiantes do Sporting. O tridente ofensivo leonino, composto por Postiga, Djaló e Vukcevic, ainda ajudado por Matías Fernandéz mais atrás, imprimiu uma pressão alta sobre a defesa benfiquista, que por diversas vezes fez os jogadores encarnados perderem a bola, algo a que não estão habituados.

Com esta visível mudança de atitude do Sporting, fica a sensação de que o jogo poderia ter um desfecho feliz para os de Alvalade. O golo de Postiga, aos 21 minutos, depois de uma grande falha do guarda-redes Roberto, reforçou essa esperança, mas com o domínio de posse de bola do lado do Benfica também chegou a reacção encarnada. Aos 33 minutos, Javi Garcia é agarrado e derrubado na área por Polga (tinha entrado ao quarto de hora de jogo para substituir o lesionado Carriço). Penálti para Cardozo, Rui Patrício defende, a jogada dá canto e o paraguaio não falha desta vez o cabeceamento para o fundo das redes.

O empate a um golo justificava-se no fim da primeira parte. A segunda metade do jogo trouxe um Benfica ainda mais dominador na posse de bola e um Sporting que a espaços assustava com alguns contra-ataques. Destaque para os últimos minutos da partida, com Cardozo quase a marcar por mais do que uma vez, e Matías Fernandez do lado do Sporting a obrigar Roberto a uma defesa incrível.

Mas o filme tinha um final anunciado e Javi Garcia fez questão de ser o protagonista. O seu golo aos 91 minutos de jogo eliminou o Sporting mais uma vez nos descontos, tal como já tinha acontecido frente ao Rangers para a Liga Europa; já o Benfica obteve mais uma vitória também na compensação, à semelhança do jogo contra o Marítimo, e garantiu aos encarnados a terceira presença consecutiva na final da Taça da Liga.