Os embates dos dois primeiros classificados da Liga ZON Sagres com as equipas do Minho acabaram por alterar as contas da frente do campeonato à 22.ª jornada.

Se antes de a bola ter começado a rolar no Estádio do Dragão, no sábado, FC Porto e Benfica ainda estavam separados por oito pontos, domingo à noite, no Estádio AXA, depois de Carlos Xistra ter apitado para o fim do jogo, essa diferença já tinha aumentado para onze pontos. Ainda que Jorge Jesus não tenha admitido estar arredado da luta pelo título de campeão, o mais provável é que seja essa a certeza que paira nas mentes benfiquistas, depois de terem visto o FC Porto (sem Hulk) vencer o sempre perigoso Guimarães por 2 – 0.

O Sporting ganhou pela margem mínima ao Beira-Mar e respira de alívio esta jornada em que por mais uma semana segura o terceiro lugar da classificação, visto que Guimarães perdeu e o Paços de Ferreira, mesmo que vença o seu jogo hoje (segunda-feira), não alcança os leões.

FC Porto – V. Guimarães (2 – 0)

Numa equipa que não pode contar com o seu elemento mais desequilibrador (Hulk), o banco de suplentes ganha sempre uma importância substancial. André Villas-Boas olhou para as suas cartas e escolheu James Rodríguez. Não podia ter escolhido melhor. O jovem colombiano tem assumido cada vez mais protagonismo nos jogos dos dragões e frente ao Guimarães não foi diferente. Um passe magistral a desmarcar Falcao desbloqueou um empate que se mostrava difícil de resolver, muito por culpa de um Guimarães que disputava o jogo “taco-a-taco”.

A partir daí as movimentações dos jogadores portistas fluíram, o domínio estabeleceu-se, as oportunidades sucederam-se e até o regressado Crístian Rodríguez teve tempo para marcar antes da partida terminar. Nesta altura, o FC Porto apenas sabia que a distância de oito pontos para o Benfica estava garantida. Ainda não sabia era que, no dia seguinte, iria passar um dos serões mais agradáveis dos últimos tempos, com o aumento da vantagem sobre o Benfica para onze pontos.

Sp. Braga – Benfica (2 – 1)

O ambiente que se sentia em Braga no início do jogo revelava que, para os bracarenses, já não havia “bom Jesus”. As declarações provocatórias do ex-técnico arsenalista e actual treinador do Benfica nos dias anteriores à partida “incendiaram” as bancadas, que por várias vezes retribuíram com assobios as reacções de Jorge Jesus e com arremesso de objectos os jogadores benfiquistas que por lá perto andavam. Carlos Martins foi um dos visados.

O cenário tirava favoritismo ao Benfica, que aliava esta pressão àquela que já trazia do dia anterior, derivado da vitória do FC Porto frente ao Guimarães. Para ajudar à “festa”, Jesus viu-se obrigado a prescindir de Salvio, com problemas físicos à última hora. A outra ausência de vulto do onze inicial, Gaitán, tirava algum poder ofensivo à armada das águias. A entrada convicta do Braga, com um losango poderoso (Paulo César, Ukra, Alan e Lima) instalou os arsenalistas no meio-campo do Benfica, que a espaços surpreendiam com contra-ataques perigosos.

No meio de todo o futebol corrido, surpreende o facto de o primeiro golo da partida ter sido alcançado através de um livre directo, com Saviola a dar a vantagem ao Benfica na recarga do lance. A primeira parte não terminou sem o fatídico minuto 42 para o Benfica, que viu Javi Garcia ser expulso numa disputa de bola com Alan, que Xistra considerou agressão, e o consequente livre de Hugo Viana, que proporcionou a Roberto o “falhanço” da noite. Empate a um golo que se justificava ao intervalo. A segunda parte, com o Benfica em inferioridade numérica, permitiu ao Braga superiorizar-se em todos os domínios e marcar aos 78 minutos o golo da vitória bracarense. Mossoró foi o herói, que numa correria desenfreada de festejo, “vingou” a grave lesão sofrida há um ano no estádio da Luz.