A Maternidade Júlio Dinis, no Porto, vai albergar o Banco Público de Gâmetas, depois de o projecto do Bloco de Esquerda para a sua criação ter sido aprovado. O banco vai ser financiado pelo Sistema Nacional de Saúde, mas ainda não há uma data prevista para o seu começo.

Isabel Sousa Pereira, médica na Maternidade Júlio Dinis e responsável pelo projecto, explica que “o Banco de Gâmetas é um local onde são guardados gâmetas masculinos”, as células sexuais dos homens”. Os gâmetas femininos não podem ser congelados, pelo que apenas se guarda o nome das mulheres dadoras.

O Banco vai permitir que casais com problemas de procriação acedam às células necessárias para este fim. Em Portugal, já se faziam tratamentos com dadores de gâmetas, mas as células sexuais masculinas eram compradas ao banco espanhol.

Em declarações ao JPN, Isabel Sousa Pereira explicou que ainda não está bem definido como todo o processo funcionará, dado que o projecto só agora foi aprovado. Ainda assim, a médica responsável referiu que o primeiro passo será a recolha de esperma dos possíveis candidatos a dadores, logo seguida de uma entrevista para que o historial clínico e familiar possa ser apurado.

Para se ser dador masculino é necessário ter idade superior a 18 anos e inferior a 40 e, no caso feminino, ter mais de 18 anos mas menos de 35. Segundo a médica, “à partida qualquer pessoa, dentro destas idades e que seja saudável, pode ser dadora”.

Quanto a expectativas para este projecto, Isabel Pereira espera “alguma adesão”, para que assim se possa “dar resposta aos casos [de infertilidade] que há no centro hospitalar”.