A música “Parva que Sou”, dos Deolinda, bem pode ser a bandeira do protesto “Geração à Rasca”. Quando se afirma algo deste género, a associação a “Grândola, Vila Morena” é imediata. Mas o protesto de 12 de Março, em várias cidades portuguesas, distancia-se em vários aspectos da revolução que teve lugar a 25 de Abril de 1974.

A manifestação “Geração à Rasca” não foi planeada no secretismo dos escritórios, mas sim no Facebook, à vista de todos aqueles que têm uma conta na rede social. Na convocatória lançada pelos jovens organizadores é referido que o protesto não se liga a qualquer partido político. Também é realçada a vertente pacífica do mesmo. No entanto, existe uma semelhança entre o 25 de Abril e a manifestação “Geração à Rasca”: o desejo de uma revolução.

Esta revolução moderna, refere no seu manifesto, com mais predominância, o desejo de mudar as actuais condições precárias que vivem os jovens portugueses com qualificações elevadas. Protesto moderno, mas que mostra ter em conta os perigos do passado que ameaçam o presente, perceptível numa das muitas designações utilizadas pelos jovens para se caracterizarem: “escravos disfarçados”.

Alexandre de Sousa Carvalho, Paula Gil, João Labrincha e António Frazão são os jovens que impulsionam este protesto, na esperança de que 12 de Março seja o início do “desenrascanço”.