Os jovens políticos dos principais partidos não vêem com bons olhos a medida do Governo que prevê o corte de 20% nos estágios profissionais do Instituto Emprego e Formação Profissional (IEFP). Para além deste corte, a medida do Governo prevê que os estagiários sejam inseridos na Segurança Social.

Para Ivo Santos, da JSD Porto, estas directivas não vão resolver a crise, diz o responsável, para quem “os jovens não têm de ser os sacrificados”. Já na opinião de João Torres, dirigente da JS, a medida vai “permitir aos estagiários beneficiarem de protecção em caso de eventualidades com a saúde ou o desemprego”. “Não se trata de um corte, mas sim de introduzir os estagiários na Segurança Social”, enfatiza.

A Juventude Popular do Porto, pela voz de Rodrigo Ávila, apelida a medida de “triste” porque, diz o responsável, com esta remuneração um jovem não consegue pagar o seu sustento.

Com as medidas aprovadas pelo Governo, um estagiário que ganhava anteriormente 834,44 euros vai passar a ganhar pouco mais de 500. Apesar da diminuição do salário, os estagiários vão ter direito a subsídio de alimentação e seguro de acidentes de trabalho. Para José Soeiro, do Bloco de Esquerda (BE), não é aceitável que se reduza tão drasticamente o valor dos estágios e “que se use o acesso à segurança social como uma forma de baixar o valor que é pago aos estagiários”.

Inclusão na Segurança Social

Apesar de não concordar com o corte de 20% nos estágios, José Soeiro louva a inclusão dos jovens estagiários na Segurança Social. O bloquista é a favor que “os estagiários beneficiem da protecção social” e que “o tempo que estão a trabalhar naqueles estágios conte para a sua carreira contributiva”.

Quanto a esta medida, o social-democrata Ivo Santos diz que ” a protecção atribuída aos jovens não é absolutamente nenhuma”, sendo por isso necessária a “atribuição de mais garantias”.

Em declarações por e-mail ao JPN, a Juventude Comunista declarou que a medida parece “insuficiente”, apesar dos estagiários reivindicarem “há muito” o direito de descontarem para a Segurança Social.

Os estágios profissionais do IEFP destinam-se a jovens até aos 30 anos e a desempregados com mais de 30. Pessoas com deficiência ou incapacidade não estão sujeitas a limite de idade.