As candidaturas online ao recrutamento de recenseadores para os Censos 2011 ultrapassaram as 49 mil. Os candidatos andam de porta em porta desde dia 7 de Março e todos os questionários deverão ser recolhidos até dia 24 de Abril. Grande parte dos candidatos tem como habilitações o 12.º ano de escolaridade (44%), encontram-se a frequentar uma licenciatura ou estão licenciados (34%). Segundo o Gabinete de Censos do INE, os candidatos foram divididos consoante vários critérios – a idade média, o sexo, os conhecimentos informáticos e as habilitações académicas.

A idade média ronda os 30 anos, sendo que a maior parte são do sexo feminino (60%). A grande maioria tem conhecimentos informáticos classificados como “bons”, representando 81% dos candidatos. O menor número verificou-se em habilitações correspondentes a mestrado ou bacharelato, com apenas 3% de representatividade no país.

Boa oportunidade, que requer “muita responsabilidade e organização”

José Pedro Faustino tem 20 anos, frequenta uma licenciatura em Turismo e viu na remuneração a “principal motivação” que o levou a candidatar-se a recenseador. Remuneração que considera ser “bastante justa”, com o acréscimo de que, se os prazos forem estritamente cumpridos, recebe um aumento de 30%.

Apesar de considerar os Censos como uma boa oportunidade de emprego para os jovens, José encontrou dificuldades inesperadas. “Após mais de uma semana de trabalho, cheguei à conclusão de que isto não é um trabalho part-time, o que significa que vou ter de abdicar de algumas manhãs e tardes”, conta ao JPN. Os objectivos propostos não são fáceis de alcançar e implicam, acima de tudo, tempo. “Recensear 300 alojamentos em quinze dias não é fácil”, refere. O jovem considera, também, que a pouca receptividade das pessoas torna complicado o trabalho, uma vez que “apesar da publicidade nos meios de comunicação, ainda existe muita gente que desconhece”.

Mónica Teixeira, licenciada em Arqueologia, viu nos Censos uma “boa oportunidade para uma nova experiência e para ter um emprego”, uma vez que não encontrava algo na sua área. Tal como José Faustino, a jovem enfrenta dificuldades que se prendem com a pouca receptividade de algumas pessoas. “Há pessoas que simplesmente não respondem”, conta. Nessas situações os recenseadores voltam mais duas vezes e, caso continuem a não obter resposta, comunicam aos coordenadores. A jovem faz, apesar disso, um balanço positivo da experiência e refere que, quando acabar, espera obter respostas de outros empregos a que se candidatou.