A ideia nasceu na Estónia, em 2008 e os vídeos divulgados pela Internet permitiram que, em Portugal, um grupo de pessoas desejasse criar algo semelhante. O objectivo é educar, sensibilizar e mobilizar a sociedade para a educação cívica. O desejo tornou-se realidade e, a 20 de Março de 2010, o país aderiu a esta causa. Cerca de 100 mil pessoas ajudaram a limpar Portugal, em mais de 200 municípios. No total foram recolhidas 50 mil toneladas de lixo.

Paulo Pimentel Torres, fundador da iniciativa e coordenador pelo distrito de Braga, conta que, em 2010, o projecto teve “muito sucesso”. As novas gerações estão mais envolvidas neste tipo de situações e Ricardo Canito, responsável pela inciativa em Labruge, Vila do Conde, acredita que “a educação ambiental na escola tem contribuído bastante para isso”.

Este ano, o desafio volta a ser lançado, a 19 e 20 de Março. Contudo, a ideia não se resume a limpar o país. Foi pedido às coordenações regionais que organizassem, entre outras actividades, exposições, caminhadas por ecovias para remover o lixo e almoços de convívio.

Paulo Pimentel Torres explica que esta iniciativa pode ser organizada por qualquer grupo, em qualquer localidade e adianta que os interessados podem obter informações no site da Associação Mãos à Obra ou pela página do Facebook.

O Presidente da República, Cavaco Silva, e Dulce Pássaro, Ministra do Ambiente, já enviaram uma mensagem de apoio à Associação Mãos à Obra.

Sociedade torna o “trabalho inglório”

Para os responsáveis ouvidos pelo JPN, iniciativas como esta, apesar de importantes, não devem ser realizadas todos os anos, uma vez que algumas pessoas acabam por manter hábitos que prejudicam o país, pensando que os voluntários do Limpar Portugal vão continuar o seu trabalho.

Pedro Carvalho confessa, também, que este é um “trabalho inglório”. “É um misto de vontade de mudar a sociedade mas, ao mesmo tempo, sabemos que não o conseguimos fazer de um dia para o outro”. O objectivo é “tentar valorizar e educar a sociedade”, mas nem sempre é fácil. Ricardo Canito admite ainda que é “complicado mobilizar as pessoas” e culpa a situação sócio-económica do país. “As pessoas tendem a afastar-se da vida e da sociedade”, refere.