Produtos comuns do dia-a-dia de qualquer cidadão, como o habitual café pela manhã ou o hamburguer do almoço, podem consumir 140 e 2400 litros de água, respectivamente. A agricultura é “uma das actividades que mais consome, desperdiça e polui os fluxos de água”, explica Ricardo Marques, membro da associação ambiental Quercus.

Convencionalmente alerta-se para os gastos domésticos desregulados de água; porém são os produtos alimentares que contribuem para o aumento da “pegada hídrica” (Water Footprint) no nosso planeta. Portugal encontra-se próximo dos EUA no que diz respeito à “pegada hídrica”, ultrapassando a marca de países como a China.

Criado pela Organização das Nações Unidas, o Dia da Água celebra este mesmo recurso, escasso nos dias que correm. Os ambientalistas apelam para o uso regulado da água e para a sua preservação. É um dia não apenas direccionado para os órgãos institucionais, mas também para o cidadão comum.

No Ano Internacional das Florestas, o membro da Quercus ressalva a importância das florestas para a água como fulcrais para a captura e retenção deste recurso energético. Ricardo define as árvores como “grandes tanques de água” e “os governos e as pessoas comuns não têm essa consciência”.

Economia da água é favorável em tempos de crise

As campanhas de sensibilização para o uso moderado de água são cada vez mais comuns, mas Ricardo Marques afirma que não denota o efeito das campanhas de sensibilização nas pessoas. “As pessoas possuem uma consciência ambiental mais direccionada para os resíduos e para o consumo de energia, mas ainda desconhecem o impacto do consumo excessivo de água na natureza”, explica Ricardo.

A preocupação ambiental é bastante comum nos dias de hoje. Muitas campanhas de sensibilização partem das autoridades governamentais e de organizações ambientais. Ludevina Silva é reformada e considera que as campanhas de sensibilização são fundamentais para a preservação dos lençóis de água.

Com 59 anos, Maria Fernandes tem cuidado em fechar as torneiras em casa e constata que, muitas vezes, as autarquias não têm preocupação com o desperdício de água. Alfredo Silva, empresário, sempre teve a preocupação de poupar água.