A casa que já pertenceu à família Andresen esteve, até há pouco tempo, ocupada pelo Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). Nuno Valentim foi o arquitecto responsável pela reabilitação da chamada “casa dos sonhos de Sophia de Mello Breyner”.

Ao nível do primeiro e segundo piso, as principais mudanças tiveram a ver com a “reposição da configuração original” do palacete, hoje inserido no Jardim Botânico do Porto. Já ao nível da cave, existia uma “excessiva compartimentação”, pelo que foi necessário efectuar demolições e transformá-la num “espaço habitável”.

Segundo Nuno Valentim, o principal desafio era “resolver os problemas físicos” que a casa tinha, por força da “degradação natural” e da “menor utilização” que vinha a ter ao longo dos anos. Em seguida, o objectivo passava por resolver os “problemas funcionais e de adaptação” ao novo programa de espaço expositivo, .

O arquitecto explica que, a nível de reabilitação, tem de se ponderar as alterações face ao “valor cultural e patrimonial”. Para Nuno Valentim, a casa tem um “grande valor espacial e simbólico” e, por isso, as mudanças foram inspiradas no “respeito pela própria casa” e por aquilo que parecia ser “menos intrusivo”. O importante, diz o arquitecto, era “respeitar o espírito original” da casa.

Quanto ao investimento nas obras de reabilitação, Nuno Valentim garante que este não excedeu os 450 euros por metro quadrado, o que é um valor “espantosamente baixo” para a obra realizada, considera.

A casa vai passar, ainda, por uma segunda fase de obras. Está prevista uma intervenção no que resta da cave, intervenções a nível das fachadas e adaptações à existência da futura Galeria da Biodiversidade.

“A Evolução de Darwin”

Após ter sido reabilitado, o palacete do Jardim Botânico do Porto reabriu para receber a exposição “A Evolução de Darwin“. João Duarte, monitor da exposição, que o que distingue esta de outras exposições sobre Darwin é o facto de ter uma perspectiva cronológica.

O monitor afirma que há muitas pessoas que “visitam pela curiosidade” de ver a casa restaurada. “A própria exposição foi montada de forma a respeitar o espaço e não ser muito invasiva”, declara. Além disso, considera-o como um “sítio inspirador”, por duas razões principais: “a ideia de que Sophia de Mello Breyner viveu na casa e o conceito de evolução que é tratado”.

Desde a abertura da exposição no Porto, em Fevereiro, 12 mil pessoas já a visitaram, três mil das quais nos programas escolares. A “Evolução de Darwin” está na Casa Andresen até 17 de Julho.