A sentença, divulgada esta segunda-feira, ordena a divulgação de 250 linhas de documentos censurados pela Organização Geral de Informação (JIO), hoje enquanto Direcção Geral de Informação (DIO).

O caso remonta a 2007, ano em que Clinton Fernandes, especialista na história contemporânea de Timor-Leste e da política da Austrália no território, apresentou o pedido para ter acesso aos documentos. A decisão acaba com uma luta de quatro anos entre os serviços de informação australianos e o historiador.

Clinton Fernandes espera que, com a divulgação dos documentos, sejam revelados “detalhes sobre as operações de desestabilização da Indonésia na fronteira de Timor-Leste, entre Outubro e Dezembro de 1975, e sobre a conduta das tropas indonésias após a invasão”, referiu, em declarações à Agência Lusa.

O historiador vai mais longe e sublinha, ainda, que os documentos “poderão confirmar que o governo australiano na época conhecia em detalhe os planos da Indonésia em Timor-Leste”

Confrontados com a possibilidade de divulgação dos documentos, os responsáveis dos serviços de informação e do Departamento de Defesa australiano alertaram que tal situação pode “comprometer a segurança nacional” do país. As autoridades australianas podem ainda recorrer para o Supremo Tribunal Federal.