O INOV-ART, programa de estágios profissionais no estrangeiro para jovens entre os 18 e 30 anos, vai na sua terceira edição. Até 15 de Abril, os interessados podem concorrer a 150 bolsas disponibilizadas pela Direcção-Geral das Artes (DGA).

Já na terceira edição, o projecto aceita candidaturas para várias áreas profissionais, como Arquitectura, Artes Performativas, Cinema, Design ou Novos Media. Os concorrentes devem escrever uma carta de motivação e ter um pré-acordo com alguma entidade de acolhimento internacional, para que possam ser seleccionados para o programa. Na fase de selecção final, os jovens têm de passar por três testes: um à capacidade linguística, outro a competências pessoais e sociais, e um último a competências específicas da área profissional a que se candidatam.

O JPN falou com dois participantes nas duas primeiras edições, e com um candidato a este terceiro ano. Helder Costa e Luísa Saraiva já estagiaram ao abrigo do programa e destacam a boa experiência no estrangeiro que o estágio possibilita, mas fazem alguns reparos ao incoerente processo de selecção. Daniel Pinheiro, que se candidata este ano, diz que esses problemas já não existem.

Helder, o aprendiz de alemão

Hamburgo foi o destino de Helder Costa na primeira edição do INOV-ART, onde estagiou na área de Arquitectura, Conservação e Restauro. As motivações para Helder concorrer foram as “mais básicas”, porque “estava à procura de emprego e já tinha saído do país em Erasmus”. O facto de ter família na Alemanha foi mais um aliciante para procurar uma “nova experiência no estrangeiro”.

A ida para o estrangeiro obrigou-o a fazer algo impensável: “Nunca tinha pensado vir a aprender alemão, que é algo que eu valorizo muito no balanço que faço do estágio”. Pelo lado negativo, Helder fala em algumas falhas no processo de selecção das candidaturas, mas diz compreender, pois “era a primeira edição”.

Luísa, a bailarina sem vídeos

A entidade de acolhimento de Luísa Saraiva ficava na Suíça, mas por ser “demasiado académica” foi recusada pelo INOV-ART, que lhe arranjou uma no Brasil. A concorrer para um estágio de Dança no estrangeiro, porque “a oferta em Portugal era quase inexistente”, Luísa também não encontrou no Brasil a melhor instituição para desenvolver a sua actividade. A razão para isso está no facto de a equipa de avaliação do INOV-ART não ter visto qualquer vídeo de dança de Luísa, e assim não ter adequado a sua colocação.

Contudo, “o profissionalismo da companhia no Brasil”, que percebeu a situação de Luísa, fez com que uma porta mais adequada se abrisse na Alemanha, e isso é o que a bailarina valoriza mais do estágio INOV-ART da segunda edição.

Daniel, o estagiário da terceira edição

Os EUA esperam Daniel Pinheiro. Ou melhor, Daniel Pinheiro espera chegar aos EUA. Isto porque os resultados da candidatura à terceira edição do programa INOV-ART só vão ser conhecidos depois de 15 de Abril. “Conhecer o que se faz lá fora em teatro, e trazer o conhecimento para o país” foi uma das principais motivações do jovem para concorrer.

Para já, Daniel Pinheiro diz ainda que não detectou nenhuma falha no processo de selecção, e que este projecto “é um dos mais importantes para ajudar os jovens neste tempos de maiores dificuldades”.

Notícia actualizada às 16h26 do dia 30 de Março de 2011