Paulo Bento tinha dito que a proximidade de um clássico entre Benfica e FC Porto para o campeonato nacional em nada iria influenciar as suas escolhas para o jogo da selecção frente à Finlândia.

Assim, Bento apresentou em Aveiro um “onze” com oito alterações em relação ao jogo com o Chile. Do FC Porto saíram dois jogadores (Varela e Moutinho) e entrou Rúben Micael; enquanto que do lado do Benfica não se registaram alterações, já que Carlos Martins e Fábio Coentrão se mantiveram a titulares.

Contudo, nem águias nem dragões sairiam beneficiados ou prejudicados no que diz respeito à gestão de esforço dos seus jogadores: João Moutinho acabou por entrar em jogo e Martins e Coentrão foram substituídos.

Deixando as decisões salomónicas de Paulo Bento, e os bastidores que já mexem com o clássico da próxima jornada da Liga ZON Sagres, devem ser realçadas as novas caras no onze titular: Eduardo na baliza, Nélson à direita da defesa, Pepe e Bruno Alves ao centro, o já referido Micael no meio-campo, e um tridente ofensivo composto por Quaresma, Danny e Hugo Almeida.

Foi Hugo Almeida quem, nos primeiros minutos, sempre perto do golo, mais ameaçou a baliza finlandesa. O primeiro golo chegaria passados dez minutos desde o apito inicial, pelo estreante Rúben Micael. O madeirense só teve que encostar a bola para dentro das redes de Fredrikson, que ao longo da partida tantas defesas fez para impedir Portugal de chegar à goleada. Na verdade, chegar lá à frente em vantagem numérica era fácil, mas algo falhava na última decisão, talvez pelo pouco entrosamento entre jogadores.

Até ao golo de Micael, o domínio era absoluto, mas depois, ainda que só por poucos momentos, a Finlândia conseguiu equilibrar a partida com um pouco mais de posse de bola. Destaque para o minuto 32, num dos raros ataques perigosos dos nórdicos: um passe magistral de Roman Eremenko (o finlandês que mostrou mais qualidade e esclarecimento) para Vayrynen fez com que este surgisse isolado frente a Eduardo e rematasse em “volley”, com a bola a passar por cima da barra.

A primeira parte terminou com os jogadores portugueses a deslumbrarem-se com tantas oportunidades, mas com o jogo em perfeito controlo. A segunda metade iniciou-se como a primeira, ou seja, com Hugo Almeida perto do golo. As chances de golo foram-se sucedendo, até com os laterais Coentrão e Nélson perto da concretização. Realce ainda para a entrada de Paulo Machado em jogo, que fez uma excelente exibição, ao estar envolvido em diversos lances de perigo, e para os minutos em que Nani esteve em campo.

O jogador do Manchester United é cada vez mais uma “estrela” nesta selecção, e as suas arrancadas em velocidade para a baliza finlandesa espevitaram ainda mais o jogo e fizeram esquecer a ausência de Ronaldo desta jornada dupla. Foi mesmo de Nani que surgiu o passe para Rúben Micael bisar aos 70 minutos, numa fotocópia do primeiro golo. Paulo Bento despede-se, por agora, dos seus jogadores, que esperam poder repetir a convocatória quando o desafio for “a sério”, diante da Noruega, a 4 de Junho, na fase de qualificação para o Euro 2012.