Controversa: esta é a palavra que melhor descreve a actual situação do Rivoli. O Teatro Municipal voltou à gestão da autarquia, após quatro anos de gestão da produtora Bastidores, liderada por Filipe La Féria.

O problema é que a Câmara Municipal do Porto continua à espera que alguma companhia se candidate à gestão privada do espaço, mas nenhuma aceita as condições impostas pela autarquia.

Entretanto, o que sucede é que, pontualmente, as companhias alugam o espaço para apresentar as suas produções. Acresce ainda que o teatro não tem funcionários próprios, apenas se encontra no local um segurança, de uma empresa contratada à margem da gestão do teatro.

O futuro do espaço permanece incerto, dividindo-se entre o silêncio da autarquia e a contestação das entidades culturais e dos partidos da oposição.

Entidades culturais exigem melhores condições para a exploração do espaço

O Cinema Novo é uma das entidades culturais da cidade que gostava de assumir a gestão do Rivoli. No entanto, tal como Mário Dorminsky disse ao JPN, para tal acontecer teria de se assinar um protocolo com a Câmara onde esta tenha, também, uma palavra fundamental na programação do Rivoli. Por outro lado, para o Cinema Novo, seria também imprescindível existir uma parceria entre as duas entidades no que respeita a recolha de patrocínios. Recorde-se que o Cinema Novo é o organizador do Fantasporto, que nos últimos anos se realizou no Rivoli.

Porém, enquanto actual vereador da cultura da Câmara Municipal de Gaia, Mário Dorminsky recusa-se a comentar a gestão que a Câmara do Porto tem feito do teatro municipal.

Quando a autarquia decidiu ceder a gestão do Rivoli a uma empresa privada, a Plateia foi uma das entidades culturais que também se candidatou à gestão do teatro. Mário Moutinho, da Plateia, disse, em declarações ao JPN, que “o teatro municipal continua a não ser um sítio onde as companhias e as estruturas artísticas e de criação do Porto possam apresentar os seus trabalhos com dignidade, de forma a serem projectados nacional e internacionalmente”.

“Não existe um teatro municipal, existe um edifício que está ali entregue um bocado à bicharada”, acrescenta.

O JPN tentou contactar a Câmara Municipal do Porto sobre o futuro do Teatro Rivoli, mas não obteve qualquer resposta.