O estudo, da autoria do Instituto de Farmacologia e Neurologia do ICBAS, em colaboração com médicos ortopedistas do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, trouxe novos conhecimentos à medicina em geral.

Paulo Correia de Sá, director do laboratório de Farmacologia e Neurologia do ICBAS e principal investigador deste projecto, afirma que “as conclusões deste estudo são que esta molécula [adenosina] tem um papel preponderante na proliferação, que leva a que as células amadureçam mais cedo e que permitam o aumento da massa óssea”.

O estudo baseou-se em análises realizadas a mulheres, no período pós-menopausa, que foram submetidas a cirurgia para colocação de prótese de anca no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia. “Isolando essas células, fizemo-las crescer em laboratório utilizando diversos fármacos”, explica o investigador responsável.

Paulo Correia de Sá conclui dizendo que “a base deste trabalho é a utilização de células humanas, na idade em que já houve a perda de massa óssea, e a consequente avaliação do comportamento da adenosina nestas mulheres”.

Este estudo poderá vir a ajudar doentes que sofram de osteoporose, artrite reumatóide, entre outros problemas ósseos. O estudo pretende, por agora, encontrar uma prevenção para esses casos. O investigador do ICBAS afirma que, na prática, estão “a investigar todas as situações com perda de massa óssea” e que procuram a “prevenção dessas situações, não o aumento efectivo de massa óssea nos doentes.”

O estudo que, por agora, ainda não teve consequências práticas, foi publicado no “Journal of Cellular Physiology“. No futuro, Paulo Correia de Sá afirma que falta aproximarem-se da realidade. “Pretendemos avaliar novas substâncias, com propriedades mais selectivas, em laboratório, para que depois possa ser utilizado como medicamento”, explica o responsável pelo projecto.

O investigador do ICBAS afirma que o estudo é pioneiro em provar o efeito nefasto da cafeína para os portadores de problemas ósseos. O consumo excessivo de café provoca o aumento da taxa de fractura no punho e na anca. “O que a cafeína faz nestas mulheres é eliminar o cálcio através do rim e diminuir a mineralização do osso. Este estudo veio mostar que o papel inibidor da cafeína sobre estes receptores da adenosina é o que, provavelmente, desencadeia o efeito principal da cafeína no osso”, explica o responsável pelo estudo.