Luís Filipe Menezes: Até "o Rato Mickey tem culpa da crise"

À margem do anúncio de novos investimentos públicos em Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes criticou José Sócrates e o Partido Socialista (PS) por não assumirem culpa na crise que o país atravessa. “O engenheiro Sócrates não tem culpa nenhuma, mas o rato Mickey tem, com certeza, culpa da crise portuguesa”, ironiza.

Luís Filipe Menezes diz que José Sócrates está “agarrado ao poder” e “teima em atitudes escandalosas”, falando especificamente do facto de o primeiro-ministro não pedir ajuda externa.Na opinião de Menezes, o Estado está a “desbaratar activos que são importantes do ponto de vista estratégico”.

O autarca refere-se, sobretudo, à venda de activos do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social para injectar na compra da dívida pública portuguesa. “Não é certamente esse o caminho” que o PSD seguirá, caso ganhe as eleições, garante.

Novos investimentos públicos

O autarca comentou a crise à margem do anúncio de novos investimentos públicos na cidade que lidera. A Câmara Municipal de Gaia (CMG) anunciou hoje, quarta-feira um pacote de quatro novos investimentos públicos no município. O primeiro dos investimentos anunciados é a construção do Centro Escolar do Parque Biológico, em Avintes. De acordo com Luís Filipe Menezes, a escola, com capacidade para 450 alunos, “substituirá as pequenas escolas existentes”.

Já em Valadares, vai abrir uma nova esquadra da PSP, junto à EB 2/3 de Valadares e do Centro de Saúde. Em Junho, inicia-se a construção da via panorâmica do centro histórico. Com esta circular, “quem vem do Porto passará a poder subir a rua General Torres, que vai ser alargada”, explica Luís Filipe Menezes. Os automobilistas vão poder entrar directamente na circular do centro histórico, “sem passar obrigatoriamente pelo centro da cidade”.

Outro dos investimentos da autarquia é a construção de quatro parques de estacionamento no centro da cidade. Os novos parques localizam-se junto na rua Marquês Sá da Bandeira, na rua Quinta das Pedras, no Largo Estêvão Torres e junto à Biblioteca Municipal.

“Mas não é ‘lançar de boca’: teremos obras no terreno daqui a umas semanas”, salienta o presidente da CMG. Em tempo de crise, Menezes justifica o investimento total, que ronda os 26 milhões de euros, afirmando que “quem fez o trabalho de casa” pode fazê-los. “Não há um tostão de recurso ao crédito, não vai onerar significativamente o orçamento da câmara”, sublinha o presidente.

Assim sendo, tanto a via panorâmica do centro histórico como a escola de Avintes vão ser obras suportadas por fundos comunitários. Os outros investimentos são concessões de exploração. Os concursos públicos foram lançados hoje em reunião da CMG e as primeiras obras devem arrancar em Junho.