Debater as alterações climáticas nos estuários são os objectivos do congresso “Estuaries in a changing climate”, organizado pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR)da Universidade do Porto.

A cerimónia oficial de abertura do congresso contou com a presença do vice-reitor da Universidade do Porto, Jorge Gonçalves, com a Embaixadora da Noruega, Inga Magistad, e com os directores das instituições envolvidas no projecto que financia o evento.

No congresso vai ser apresentado e discutido o projecto do CIIMAR sobre as consequências das alterações climáticas em estuários. O projecto foi financiado com 1 milhão de euros provenientes da Islândia, Liechtenstein e Noruega, pelo mecanismo financeiro EEA e Norueguês.

O estudo teve principal incidência no rio Minho, mas abarcou também estudos nas rias de Aveiro e Formosa. O projecto contou com a participação das universidades do Porto, Coimbra, Aveiro e do ISPAL. A Universidade de Bergen, na Noruega, o Instituto da Investigação em Biologia Marinha e o CIIMAR apoiaram o estudo. O congresso, que começou esta quarta-feira, termina a 9 de Abril.

Cada estuário, uma história diferente

A primeira conferência foi com Carlo Heip, do Real Instituto de Investigação Marítima da Holanda, sobre o tema “O impacto das alterações climáticas nos estuários e na costa europeus”. Carlo Heip referiu o aumento do dióxido de carbono como causador do aumento do efeito de estufa. O conferencista falou dos efeitos no clima da subida de temperatura.

Para Carlo Heip o “impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas costeiros e dos estuários dependem de muitos processos de interacção”. O orador refere que cada “estuário tem um comportamento e uma história diferentes”.

Saber como funcionam os estuários

Joana Campos, da organização do congresso, refere que o projecto do CIIMAR tem como objectivos “prever consequências das alterações climáticas na ecologia e no funcionamento dos estuários” e propôr “algumas medidas de adaptação e mitigação” nessas alterações.

A organização explica que o projecto partiu da existência de alguns doutoramentos na UP, em que se sabia da existência de várias espécies nos estuários portugueses e europeus, que estão sujeitos a condições ambientais diferentes. Joana Campos diz que é curioso perceber como “funcionam os estuários, que têm espécies que são comuns” e saber se “aquilo que se passa agora em Portugal, no Sul, poderá ser uma janela para se perceber o que se passará no futuro com o aumento da temperatura mais a Norte”.

As conclusões do projecto não são “formais” porque a investigação continua. Joana Campos, diz, no entanto, que se “conseguiu fazer uma boa monitorização do estuário do Minho” e “construir alguns modelos não só ecológicos, mas de algumas espécies em particular”.

Quanto às consequências das alterações climáticas, no estuário do Minho, refere que não é “possível generalizar”. Contudo menciona que o “aumento de temperatura”, por exemplo, poderá afectar a diversidade existente.