Votar por multibanco é uma proposta de Stephanie de Matos e André Silva Cabrita. A ideia já andava há algum tempo na cabeça dos autores e pretende contornar situações que impeçam as pessoas de votar, como aconteceu com Stephanie, que teve “problemas com o local de voto por causa do cartão de cidadão”.

A discussão surgiu logo depois e, com o conhecimento do Movimento Milénio, os dois criadores decidiram estruturar a ideia, nascendo o projecto “Voto Simplex”, que consiste na possibilidade de, “no dia de uma eleição ou de um referendo, ir ao multibanco com o cartão de cidadão e votar”, explica Stephanie de Matos, através da senha do cartão de cidadão. Para a autora, os problemas no acto eleitoral são “do século passado” e, assim, “facilitar-se-ia a vida de quem está longe da sua mesa de voto no dia da eleição”.

Para poder votar seria “apenas necessária uma alteração do software no multibanco, de modo a fazer a leitura do cartão de cidadão”. Uma das maiores preocupações de Stephanie de Matos e André Silva Cabrita é a segurança, pois “não se quer entregar as nossas informações a qualquer um”. Para que isso não aconteça, Stephanie explica que poderia introduzir-se “um leitor biométrico, já que o cartão de cidadão vem com informações, leitura digital e assinatura electrónica”.

Stephanie de Matos afirma que, para pôr a ideia em prática, basta, apenas, “força de vontade”. A autora lembra que “a ideia de utilizar o cartão de cidadão no multibanco já existe, para alterar o PIN, a morada. Se fosse para a frente, daí para o voto é só tornar a ideia mais segura” e a SIBS aceitar colocar leitores biométricos no multibanco. “Já foi usado noutros países, por isso, a ideia não é descabida”, explica. E garante, ainda, que os gastos seriam poucos, pois “em Portugal já há quem trabalhe com leitores biométricos, não é preciso ir buscar tecnologia lá fora”. Seria apenas importante “fazer simulações para explicar à população e descobrir as falhas, encontrando-se uma solução”, refere.

O projecto, que Stephanie de Matos diz ser “mais uma forma de voto” e que “diminuiria bastante” a abstenção no momento de votar, ganhou o prémio Movimento Milénio na categoria Democracia. Para a autora, prémios como este são importantes, pois “incentiva a ter ideias. Muitas pessoas têm ideias que poderiam ser postas em práticas, mas não são ouvidas. É importante as pessoas acreditarem”.