O primeiro voo internacional do Aeroporto de Beja realiza-se esta quarta-feira, com partida prevista para as 18h20. A primeira utilização do aeroporto é organizada pela Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo e tem como destino o arquipélago do Cabo Verde. A escolha do destino visa celebrar o acordo de geminação entre o município de Ferreira e o homólogo de São Filipe, na ilha do Fogo, em Cabo Verde. O voo inaugural vai ser feito num Boeing 757-200ER, da companhia aérea TACV – Cabo Verde Airlines, com capacidade para 185 passageiros, entre os quais segue uma comitiva institucional de 42 pessoas.

Apesar de o terminal estar operacional, a certificação do Aeroporto de Beja, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Aviação Civil em parceria com a Força Área, só deverá ficar concluída no segundo semestre deste ano. No entanto, há voos programados entre Maio e Outubro pelo operador turístico Sunvil, entre Beja e o aeroporto de Heathrow, no Reino Unido. A aposta da Aeroportos de Portugal (ANA) passa por promover o tráfego para 2012, não havendo, ainda, uma data prevista para a inauguração do aeroporto.

Responsabilidade do policiamento

Uma das questões mais polémicas do Aeroporto de Beja, nos últimos tempos, prende-se com o policiamento. Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR) disputam a responsabilidade pela segurança do novo aeroporto, mas a decisão do Ministério da Administração Interna recaiu sobre a PSP, cujas instalações já estão devidamente sinalizadas no aeroporto. Além disso, os agentes tiveram formação específica para policiar a nova infra-estrutura aérea.

No entanto, segundo António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP-PSP), a polémica reacendeu-se na última sexta-feira. A GNR alega que o aeroporto integra a sua área territorial e que, por isso, o policiamento lhes pertence. Por seu lado, António Ramos defende que o policiamento deve manter-se a cargo da PSP e que “este golpe só revela incompetência de quem dirige, principalmente do Ministério da Administração Interna”, que deixa chegar “as forças de segurança a esta situação caricata”.

António Ramos encontra-se no aeroporto para tentar que a segurança continue da responsabilidade da PSP. “Queremos chamar a atenção para o facto de que, neste caso, o policiamento tem de ser feito pela PSP”, afirma. O Sindicato dos Profissionais de Polícia quer alertar o Governo para esta situação.

O presidente do Sindicato quer-se fazer ouvir mais uma vez, porque “os nossos políticos não têm dado ouvidos aos sindicatos, que são aqueles que estão no terreno e que têm mais experiência”. Para além disso, António Ramos defende a fusão da PSP e da GNR. “Não faz sentido um país tão pequeno ter tantas forças de segurança que têm a mesma função, o mesmo objectivo e o mesmo Ministério”, explica. António Ramos refere ainda um estudo do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), que concluiu que a fusão destes dois organismos poupava 100 milhões de euros por ano.