Os comerciantes do Mercado Bom Sucesso estão a ser chamados a negociar os valores das indemnizações para abandonarem o mercado. A controvérsia surge do facto de os vendedores não ficarem satisfeitos com as ofertas.

Paula Sequeiros, membro do grupo criador do site “Mercado do Bom Sucesso Vivo!“, confirmou ao JPN a existência dessas chamadas. O problema, disse ainda, reside no facto de as propostas apresentadas terem “valores muito baixos”. O movimento enviou uma resposta sob a forma de comunicado de imprensa que prentende divulgar os últimos dados relativos “à evolução do processo decorrente da destruição do Mercado de frescos e da sua substituição por um Centro Comercial”.

O comunicado revela que a Câmara Municipal do Porto pretende tornar o Mercado numa superfície comercial, em “menos de um mês”. Informa, ainda, que entre os cerca de 100 comerciantes, há uma “insatisfação generalizada”. O desagrado deve-se ao “baixo valor das indemnizações que receberam”. Os valores, entregues pelo Consórcio liderado pela empresa Eusébios, distanciam-se do estabelecido inicialmente.

Denunciar a “falta ética e o abuso de poder”

O “Movimento Mercado do Bom Sucesso Vivo!” veio a público queixar-se do mau tratamento que a empresa Eusébios tem vindo a dar aos vendedores do mercado, chamando à atitude uma espécie de “despedimento de baixo custo” e um “ultraje aos direitos dos trabalhadores”.

Os trabalhadores, que dedicaram toda a vida à venda na banca, vêem agora o seu futuro no desemprego, só podendo permanecer no Mercado no caso de quererem abrir um esbaleciemento de alimentação gourmet.

O movimento mostra o seu desagrado face ao “silêncio ensurdecedor” da Câmara do Porto, do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) e da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e promete “tudo fazer para salvar o Mercado do Bom Sucesso e os seus comerciantes”.

No site do movimento pode ler-se, ainda, que se trata de um grupo que “entende ter direito a uma participação activa nos destinos do Mercado do Bom Sucesso do Porto”. O objectivo é defender “a importância do comércio de proximidade e a necessidade de requalificar e preservar o edifício modernista”.

Notícia actualizada às 15h04 do dia 13 de Abril de 2011.