Portugal está a atravessar uma das mais graves crises da sua história. Numa altura em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) chega ao país e este está no centro das notícias, são conhecidos alguns rankings que mostram a posição de Portugal em vários sectores de actividade, desde trabalho, ambiente ou direitos de consumidor. O JPN quis, por isso, perceber como estes estudos são feitos e se são, ou não, fidedignos.

Jorge Fonseca Ferreira, CEO (Chief Executive Officer) da Marktest, explicou ao JPN o funcionamento dos estudos, que podem ser feitos através de “questionários específicos” ou entrevistas e, ser pontuais ou regulares, sendo que a grande diferença entre os dois é que nos estudos regulares é aplicado o mesmo questionário e usada a mesma amostra “em termos de representatividade”.

A amostra é definida tendo em conta o “estudo que está a ser feito e os objectivos do mesmo” e pode ser móvel, em que as pessoas são seleccionadas “de acordo com determinados tipos de variáveis de representatividade” (idade, sexo, religião) ou painel de amostra, agregando as pessoas que “colaboram permanentemente” com a empresa.

Jorge Fonseca Ferreira garantiu que a informação contida neste tipo de estudos é completamente fidedigna e que a duração dos mesmo relaciona-se com a “dimensão e dificuldade de concretização da amostra”, uma vez que as entrevistas, se for esta a metodologia adoptada, “têm de ser representativas da região” que está a ser analisada.

O CEO da Marktest disse que os estudos são realizados de forma regular durante todo o ano. Apenas se verifica uma “quebra da realização de estudos no fim do verão [durante os meses de Julho e Agosto] e nos últimos 15 dias do ano [altura do Natal]”. Até porque, durante esses períodos, “as pessoas também estão menos propícias a responder aos questionários”, justificou.

Portugueses têm facilidade em aprender inglês

O estudo “English Proficiency Index” (EF EPI), realizado pela Education First, revelou que Portugal está em 15.º lugar na classificação dos 44 países analisados que mais facilidade têm em aprender a língua inglesa.

O estudo revela ainda que a Europa tem uma grande facilidade na aprendizagem do inglês, já que os países com maior proficiência na língua em análise situam-se no continente europeu. O pódio é ocupado pela Noruega, em primeiro lugar, seguido pela Holanda e Dinamarca. Portugal ficou à frente de países como Argentina, França, Itália, Espanha ou Brasil.

As conclusões basearam-se nos mais de dois milhões de testes realizados a pessoas com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos.

Política ambiental portuguesa recebe nota positiva da OCDE

Na última segunda-feira, a OCDE deu nota positiva a Portugal no que respeita à sua política ambiental. A qualidade da água e a as emissões menos poluentes são dados de destaque da política ambiental portuguesa na última década. No entanto, a organização apontou que estas medidas não são suficientes tendo, por isso apresentado 28 recomendações que dizem respeito, essencialmente, à promoção de turismo sustentável, aumento da eficiência energética e adopção de instrumentos que vão ao encontro do princípio de poluidor-pagador.

Portugal apresentou uma subida de 13,4% para 19% nos últimos dez anos, sendo um dos estados-membros que regista um maior aumento da energia consumida entre 1999 e 2009. Apesar de os valores divulgados pela Eurostat colocarem Portugal acima da média europeia, este ainda se encontra longe dos valores conseguidos pela Suécia, que ocupa o primeiro lugar no ranking.

O relatório da OCDE refere que o sector dos transportes tem muito impacto nas alterações climáticas e que o petróleo continua a ser a principal fonte de energia dos países da União Europeia.

Portugueses desconhecem direitos de consumidores

O Eurobarómetro 2010, também apresentado na última segunda-feira, em Bruxelas, revela que os cidadãos europeus têm dificuldades em perceber quais os seus direitos enquanto consumidores. As maiores dificuldades encontradas dizem respeito à identificação da data de validade de consumo dos produtos, à realização de cálculos simples do quotidiano e descodificação de informações básicas.

Os resultados foram possíveis através de uma análise feita a 56 471 consumidores dos 27 países que compõem a União Europeia, da Islândia e da Noruega. A falta de preparação para lidar com estas situações, deixa os cidadãos europeus mais vulneráveis a situações ilegais e fraudes.

Os consumidores que registaram uma maior preparação para reivindicarem os seus direitos são a Noruega e uma grande parte de países situados no Norte da Europa. No sentido contrário estão países como Portugal, Grécia, Espanha, Itália ou Bulgária.

Mulheres e o trabalho

Segundo o relatório”Panorama de Indicadores Sociais 2011″, divulgado esta terça-feira pela OCDE, “as mulheres fazem mais trabalho não remunerado do que os homens”, em todos os países analisados. Portugal ocupa o segundo lugar na lista de países em que a disparidade entre homens e mulheres é maior, só batida pela Índia.

Ainda assim, a diferença entre géneros varia de país para país, sendo que Portugal, tal como a Turquia, o México, a Itália e a Espanha, está entre os países onde o tempo médio diário de trabalho não remunerado dos homens é mais elevado (cerca de 2 horas).

A análise apresentada incluiu cidadãos com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos de idade, de 26 países da OCDE, da China, da Índia e da África do Sul.