“A confiança na estabilidade do sistema bancário como um todo ainda não foi totalmente restaurado”, revela o Relatório de Estabilidade Financeira Global [PDF] , apresentado esta quarta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Teixeira Guimarães, do Sindicato dos Bancários do Norte, acredita que no caso do “sistema bancário europeu há confiança para recuperar”. No que concerne à banca portuguesa, Teixeira Guimarães refere que esta “passou à margem de todo este processo”, dado que os problemas do sistema português são específicos e relacionados com as dívidas das empresas públicas à banca. “A banca portuguesa não está atafulhada de lixos tóxicos”, conclui o sindicalista.

Para o FMI, as acções políticas incompletas e as reformas inadequadas deixam os “segmentos do sector bancário global vulnerável a novos choques”. O relatório do FMI acrescenta, ainda, que “a fraqueza estrutural e as vulnerabilidades na Zona Euro podem reverter novamente os riscos”.

De acordo com o fundo, financiar os bancos e governos em países “vulneráveis” da Zona Euro, como Portugal, Irlanda e Grécia, será o “desafio mais premente” para a estabilidade financeira global, nos próximos meses. Apesar disso, Teixeira de Guimarães acredita que a “banca portuguesa está a ser gerida por gestores competentes e capazes de ultrapassar este processo que tem atingido a banca a nível europeu”.

O relatório salienta, também, que “um certo número de bancos na Europa, quase todos os bancos na Grécia, Irlanda e Portugal, muitas das ‘caixas’ de pequena e média dimensão em Espanha e alguns ‘Landesbanken’ alemães, perderam o acesso com eficácia de custo a mercados de financiamento a prazo”.