A crise, a subida dos preços e a redução de ordenados influenciou, em larga escala, os hábitos de compra dos consumidores. Hoje em dia, cresce, diariamente, o número de adeptos dos sites de compras colectivas, em que as promoções são diárias e dirigem-se a todas as cidades do país. Groupon, LetsBonus, Plubee, Freupon ou Cardume são algumas das páginas que oferecem diariamente produtos e serviços a preços convidativos para o consumidor.

Ao entrar no site, os clientes autenticam-se, identificando o e-mail e a respectiva cidade. Diariamente, recebem actualizações no endereço de correio electrónico acerca dos descontos do dia, que duram apenas 24 horas. Uma vez adquiridos os produtos e serviços, o cliente tem um espaço de seis meses para utilizar ou usufruir da compra. Nas compras colectivas, o mesmo produto ou serviço é adquirido por diversas pessoas, oferecendo, assim, vantagens a nível de preço relativamente às aquisições individuais.

“Com as empresas a procurarem inverter a tendência de redução na compra deste tipo de bens e serviços, os potenciais clientes aderem mais facilmente a este tipo de ofertas”, afirma Paulo Ribeiro, jornalista e cliente habitual de sites de descontos e promoções. Também Bernardo Pizarro, estudante, explica que a crise e a vontade de “continuar a fazer actividades de lazer” são razões que se aliam à confiança que cada vez mais é depositada nas compras online.

O jornalista destaca “a grande comodidade e facilidade de comprar com acesso imediato e sem pressão de compra” como os principais motivos para a compra de produtos com desconto na Internet. Diana Tomé, estudante de Direito e cliente habitual deste tipo de páginas, confessa que, “para além de ser cómodo”, os descontos apresentados “são aliciantes”.

Sofia Amorim Lopes, licenciada em Gestão de Marketing, garante que, “em geral, o uso de canais online para comercializar produtos afecta em muito o dia-a-dia dos consumidores”.

Sites de compras colectivas oferecem leque de possibilidades

Sofia Amorim Lopes atenta para a possibilidade da aplicação de constantes descontos poder, muitas vezes, induzir à compra por impulso. “As pessoas ficam com expectativas altas, entusiasmadas e com emoções positivas”, explica.

Paulo Ribeiro já adquiriu “bilhetes para o Sea-Life a metade do preço, massagens e alguns jantares em sítios especiais e com menús específicos”, revela. Diana Tomé também compra jantares com frequência, “nomeadamente de sushi”. A estudante explica que, “como o preço costuma ser elevado no próprio restaurante”, se comprar previamente online “o preço baixa para metade ou até mais”.

Ainda assim, a jovem gestora de Marketing chama a atenção para os possíveis riscos para o consumidor. “Por não ter contacto directo o produto, pode haver falhas de posicionamento percebido ou de imagem”, esclarece.