Esta terça-feira foi apresentado, na Casa de Serralves, o canal 180, o primeiro nacional sobre cultura. A Open Source Television (OSTV) é a televisão responsável pelo lançamento do 180, nome que teve origem na posição que o canal vai ocupar, a partir de 25 de Abril (data em que vão começar as emissões), na grelha digital da ZON.

A “plateia” esteve cheia para conhecer os primeiros conteúdos e informações divulgados pelo director-geral da OSTV, João Vasconcelos. O passo inovador dado pela televisão prendeu-se com o facto de que, em Portugal, ainda não existia nada no campo da cultura. O fundador da OSTV deu o exemplo de existirem, em quase todas as áreas, canais estrangeiros e nacionais que oferecem o mesmo tipo de conteúdos, mas na cultura não. A criação do 180 é uma justificação para preencher esse vazio.

“Somos um canal mais de nicho de mercado, o que nos faz olhar para as coisas de uma forma independente”, explicou João Vasconcelos, na apresentação. “A nossa marca é relativamente neutra, direccionada aos artistas e às obras e não a pessoas a falar sobre artistas, ou caras do canal”, refere. Na realidade, com uma equipa de dez pessoas, sem estúdio ou câmara, o canal 180 vai funcionar a partir de conteúdos em colaboração e co-produção.

Uma das pessoas que dará mais a “cara” no canal, ou melhor, a voz, vai ser Rita Moreira (Antena 3 e Rádio Oxigénio), de quem já se pôde ouvir a voz na agenda cultural que vai ser divulgada, oficialmente, a partir de 25 de Abril. É a partir deste dia que, das as 20h00 às 02h00, se vão desenvolvei, todos os dias, as emissões do 180. Magazines, documentários e videoclips vão ser alguns dos conteúdos presentes nos ecrãs de vários dispositivos: televisão, computador, iPad e iPhone. Até mesmo nas redes sociais o 180 vaio estar.

Confiança no futuro

O fundador da OSTV mostra-se optimista no porvir do canal a que dá origem. Ainda que o país tenha recebido “visitas esperadas”, João Vasconcelos diz que o 180 vai prevalecer contra as dificuldades.

A divulgação que o canal vai fazer dos vários conteúdos culturais poderia exercer o efeito oposto nas pessoas: fazê-las deixar de ir às exposições, peças de teatro e concertos, por estes já se encontrarem nos ecrãs do 180. No entanto, Vasconcelos refere que “as coisas existem para ser divulgadas” e não é isso que as vai fazer deixar de estar presente nessas actividades. “Ver um jogo de futebol ao vivo é diferente de ver na televisão”, exemplifica o director-geral da OSTV, que finaliza com a descrição das funções do primeiro canal de cultura português.