Nuñes Feijóo, presidente da Junta da Galiza, considera que a introdução de portagens nas antigas SCUT está a causar “problemas” à economia e ao turismo e defendeu uma rectificação, “pelo menos, nos meios de pagamento”.

Carlos Lage, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), e Alberto Nuñes Feijóo, presidente da junta da Galiza, reuniram numa conferência de imprensa, que se seguiu a um encontro entre associações empresariais da Galiza e Norte de Portugal, na CCDR-N. O encontro teve como tema central a crise económico-financeira, a ajuda externa a Portugal e o seu impacto nas relações bilaterais regionais.

No que se refere ao transporte de alta velocidade (TGV), Carlos Lage, por sua vez, salienta que não é o melhor “momento” para avançar com a sua construção. Contudo, acrescenta que o percurso do TGV Porto-Vigo “não está morto, nem pode morrer”.

O presidente da Junta da Galiza referiu, ainda, que “em nenhum caso” a sua região admite renunciar à ligação Porto-Vigo por comboio de alta velocidade e o presidente da CCDR-N disse que tal seria “absurdo” e até “anacrónico”.

Numa altura de crise, Nuñes Feijóo informa que a Galiza e o Norte de Portugal decidiram apelar à realização de “uma cimeira ibérica nos próximos meses”, de modo a que os dois países possam analisar o impacto da crise nas suas economias e outros problemas comuns.

O dirigente galego, eleito pelo Partido Popular, acrescenta que a crise portuguesa “não é uma boa notícia para a Galiza e tão pouco para a Espanha”, sublinhando haver “sombras” que pairam sobre a economia da região a que preside.

A Galiza e o Norte de Portugal estão, pois, “comprometidas” com objectivos comuns na convicção de que as relações entre si continuam a ser “frutíferas”, como têm sido “nos últimos 20 anos”. Carlos Lage pronunciou-se no mesmo sentido, considerando que “é muito importante que haja um reforço do investimento na cooperação” transfronteiriça, através da Comunidade de Trabalho Norte de Portugal-Galiza.

Uma das receitas para fazer face à crise, segundo Nuñes Feijoó, é a “aposta na internacionalização”, o que poderá passar até pela realização de “missões comerciais conjuntas”, por exemplo nos mercados latino-americanos.