216 é o número de queixas apresentadas na Deco, Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores, contra companhias aéreas a baixo custo, entre os meses de Janeiro e Março de 2011.

Cristiana Santos, jurista da Deco disse, ao JPN, que esta é uma situação complicada e preocupante, uma vez que o “número de reclamações é desproporcional e maior” relativamente ao número de viagens vendidas. Durante todo o ano de 2010, o número de queixas apresentadas na Deco foi de 852.

As pricipais reclamações dos consumidores dizem respeito à “falta de transparência” das companhias “low cost” que, de acordo com os clientes, têm “publicidade errónea, enganosa e insuficiente” no que respeita aos “custos finais” das viagens.

“Verifica-se que o preço anunciado na Internet não é o preço final”, explica a jurista da Deco, que acrescenta ainda que “deve haver sempre essa correspondência”. A “não inclusão de custos, taxas, sobretaxas, impostos e seguros” é uma das principais reclamações.

“Atrasos de voos, recusa de embarque por overbooking [sobrelotação dos voos]”, cancelamentos de voos e atrasos, perdas e extravios das bagagens dos consumidores são também algumas das principais queixas dos clientes.

Cristiana Santos atribui esta situação às “formas mercenárias e mercatodológicas” com que as empresas ‘low cost’ tentam vender “este tipo de serviços através de práticas comerciais desleais”. “Isso é preocupante”, termina a jurista da Deco referindo-se a esta situação.