O director do GADUP reconhece que a principal dificuldade do momento é a ausência de instalações. “Não temos instalações de gestão nossa. Temos apenas os recintos da FADEUP, e só depois das 17h00”, o que dificulta a prática desportiva. “A procura é muita e a oferta é pouca”, diz.

“Neste momento estamos a ficar com os programas cheios de gente e estamos a deixar de ter capacidade de receber mais pessoas. Ou a Universidade aposta, e julgo que assim o fará, em construir e/ou recuperar instalações desportivas e o leque aumenta, ou então ficamos ainda mais limitados”, alerta Bruno Almeida.

Perfil

Bruno Almeida é licenciado em Desporto e Educação Física pela antiga Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da UP e mestre em Gestão pela mesma instituição. É o director do GADUP desde a data da sua formação, em 2004, tendo sido convidado pela UP depois de ter desempenhado funções no Gabinete de Desporto da Universidade do Minho. Também já foi vice-presidente da FAP e director técnico do Wave-Health Club.

O desejo é de ter mais instalações, não só no pólo da Asprela, como também no Campo Alegre e no do Centro. Isto para que “as actividades não estejam essencialmente direccionadas para o pólo da Asprela”. Quanto aos outros pólos, Bruno Almeida reconhece que “não dá para ir além de contratos com health clubs para que fique mais barato. E, mesmo assim, não há ainda mais acordos porque não há moeda de troca”.

Um dos objectivos do GADUP é criar um sistema com o qual, através de um pagamento anual “não muito longe dos 100 euros”, a comunidade da UP possa praticar desporto livremente. “Mas, claro, só quando tivermos condições para isso, nomeadamente instalações”, avisa Bruno Almeida.

Além desta meta, também faz parte dos planos do GADUP uma maior aproximação aos estudantes e funcionários da universidade, já que a comunicação é afectada pela “distância a que estamos das faculdades”. Bruno Almeida quer que a informação seja comunicada com êxito, de modo a que “qualquer pessoa da UP encare como primeira opção inscrever-se na universidade”. Isso seria “ouro sobre azul”, diz.

“É preciso cooperação entre o GADUP, as associações de estudantes e a FAP”

O GADUP é a “entidade coordenadora” do desporto na Universidade do Porto, pelo que Bruno Almeida rejeita a ideia de o gabinete ser a entidade máxima. “Nós não somos maiores do que os outros, nem temos pretensões a isso. Quem tem de contribuir para o objectivo comum de incentivar a comunidade da UP a praticar desporto somos nós, com as associações de estudantes e a Federação Académica do Porto (FAP). Estas três entidades devem trabalhar em conjunto”, salienta Bruno Almeida.

Esta é uma cooperação que “tem falhado mas que, agora, está mais estável”. “Há maior compreensão entre ambas as partes”, diz o director do GADUP. Nos primeiros meses depois da formação do gabinete de Apoio ao Desporto as Associações, as associações de estudantes e a FAP sentiam-se “ameaçadas, porque pensavam que o GADUP ia tomar conta disto tudo”. “Foi um mal entendido, provocado por falhas de comunicação da nossa parte”, admite Bruno Almeida.

Sete anos com balanço “muito positivo”

O director do GADUP faz um balanço “muito positivo” destes sete anos do gabinete. Nos primeiros tempos, cerca de 600 pessoas da comunidade UP praticavam desporto nas instalações da universidade. Hoje, os números apontam para cerca de 2300 praticantes regulares.

A história do desporto universitário também é feita de competição e de selecções universitárias. “Desde 2006 que somos a universidade a ganhar mais medalhas. No ano passado, conquistámos 102 medalhas, proeza que nunca tinha sido alcançada por nenhuma outra universidade”, diz Bruno Almeida.