É uma supremacia quase total dos “encarnados”. Em quatro edições da Taça da Liga, o Benfica venceu três. Começou a tomar o gosto à competição na época 2008 / 2009, ao derrotar o Sporting nas grandes penalidade e num jogo envolto em grande polémica. Na temporada seguinte, levantou o troféu perante o FC Porto, depois de vencer os “dragões” por claros 3 – 0. Desta vez, coube ao Paços de Ferreira assistir à festa das “águias”, numa competição que mais parece só pertencer ao Benfica.

O nome da prova apenas não muda para Taça “Benfica” porque, na primeira edição, quem venceu foi o Vitória de Setúbal, diante do Sporting. Era, precisamente, nesse feito que a equipa do Paços de Ferreira se inspirava, ou seja, na vitória de uma equipa mais pequena perante uma “grande”. O problema residia no facto de que, além de defrontar uma equipa forte como o Benfica, defrontava, também, uma equipa “ferida” pelas recentes derrotas e que pretendia reerguer-se das cinzas.

Para que essa “ressurreição” benfiquista fosse possível, Jorge Jesus apostava num onze inicial composto por Moreira na baliza, Maxi e Coentrão nas laterais, Luisão e Jardel no centro da defesa. Javi García, Martins, Aimar e Jara “povoavam” o meio-campo, enquanto Saviola e Cardozo jogavam na frente do ataque. Com o objectivo de contrariar a “armada encarnada”, Rui Vitória formava a equipa do Paços com Cássio na baliza, Baiano e Maykon nas laterais, Ozéia e Cohene a centrais. No meio-campo, Leonel Olímpio, André Leão, Manuel José, David Simão e Pizzi tentavam construir jogadas para o ponta-de-lança Mário Rondón.

Mas foi mesmo o ávido desejo de vitória das “águias” a imperar nos primeiros momentos da partida. Logo aos 4 minutos, Saviola fazia soar o “gongo”, ao rematar ao poste da baliza de Cássio. O Benfica entrava seguro no jogo e ciente da sua missão. O domínio do jogo pelos “encarnados”, apenas era interrompido a espaços por algumas tentativas dos pacenses para criar perigo que, até aí, não passavam disso: tentativas.

Aos 17 minutos chegava o primeiro suspiro de alívio do Benfica. Jara, aposta recorrente de Jorge Jesus, após as lesões de Salvio e Gaitán, retribuía a confiança depositada nele, com um golo de cabeça que materializava o mais difícil: a chegada do primeiro golo. Contudo, e por incrível que pareça, foi a partir daí que o jogo começou a ficar mais difícil para o Benfica. A equipa de Rui Vitória não baixou os braços e foi à procura do empate. Apesar de não criar muito perigo, instalou-se no meio campo das “águias” e foi insistindo.

À meia-hora de jogo chegou a recompensa para tanto esforço: penálti de Maxi sobre Pizzi. No entanto, Manuel José, chamado a marcar, mostrou-se “ingrato” e desperdiçou a oportunidade com um remate denunciado, ainda assim bem defendido por Moreira. O Benfica voltou a acordar, até que, perto do final da primeira parte, também voltou a marcar. Livre que Martins bate para dentro da grande área, Luisão aparece a desviar para o meio onde está Javi García “sozinho”, que remata para o fundo das redes do “desprotegido” Cássio. O Benfica ia para o descanso a vencer por 2 – 0, muito por culpa das falhas de marcação defensiva dos “castores”.

A segunda parte iniciou da mesma forma que a primeira terminou, ou seja, com um jogador do Benfica a fazer golo. A diferença só esteve na baliza onde o fez. Aos 51 minutos, Luisão “traía” Moreira e marcava um golo na própria baliza. O 2 – 1 estava feito e era o que o Paços necessitava para ganhar ânimo. Ainda assim, passados poucos momentos, André Leão parecia não querer ficar atrás de Luisão na lista de marcadores e cabeceou à barra da sua baliza.

Mas até parece que o som da bola a bater no ferro foi o sinal para os “sustos” deixarem Cássio e passarem para Moreira. A partir daquele momento para a frente definiu-se o “homem do jogo”: Moreira. Isto, porque o guarda-redes benfiquista foi obrigado a defender várias vezes para que o empate e o “fantasma” dos últimos jogos não chegasse. O Paços de Ferreira teve várias oportunidades que não conseguiu concretizar, o resultado manteve-se em 2 – 1 e o Benfica levou, para as vitrines da Luz, uma taça que é sua desde há muito tempo.