Pronto a receber os maiores navios de cruzeiros alguma vez construídos, como o “Queen Elizabeth” (que já marcou duas escalas em Leixões para o final deste ano), “Aurora” e “Oriana”, o novo cais de cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos, foi esta quinta-feira inaugurado. O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, e o presidente da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), Matos Fernandes, estiveram presentes e realçaram a importância desta obra no futuro.

Matos Fernandes começou por realçar que a construção do novo cais não encalhou no tempo e não se afundou na burocracia típica destes projectos. “Faz exactamente agora um ano que a primeira pedra desta obra foi lançada”, referiu o presidente da APDL. “Há um ano dissemos que a empreitada duraria 12 meses e custaria 20 milhões e 600 mil euros. Acertámos no prazo e no preço”, sublinhou.

O sucesso do Porto de Leixões, segundo Matos Fernandes, tem crescido e 2010 é o melhor ano de sempre, “com 50 navios”. Mas o presidente refere que, “para 2011, as expectativas do projecto serão superadas. Estão previstos 60 navios, 15 deles com mais de 250 metros de comprimento”. “Sem esta obra, eles não viriam a Leixões”, garante. Assim, vai ser possível receber navios de 300 metros, com um máximo de 3 500 passageiros. “Estamos preparados para eles”, afirma Matos Fernandes.

O novo cais faz parte de uma de duas obras para o terminal de cruzeiros. O segundo projecto previsto consiste na construção da estação de passageiros e o edifício central do complexo. A 10 de Maio são entregues as propostas para a sua construção e a APDL espera que a obra esteja pronta antes do final de 2013. “O edifício é fundamental para dar conforto à operação e afirmar Leixões como um destino de escala”, explicou o presidente da APDL, que referiu também que a obra “permite que as viagens de início e final de cruzeiros se façam em e a partir de Leixões”.

A Universidade do Porto (UP) tem aqui uma participação especial. A APDL e a UP, em parceria com a Câmara de Matosinhos, estão a construir o Parque de Ciências e Tecnologias do Mar que, segundo explicou Matos Fernandes, “vai ocupar os dois pisos superiores do edifício do terminal, concentrando as investigações ligadas ao mar, dispersas pelas várias faculdades”. A ligação entre o Porto de Leixões e a UP foi também saudada pelo ministro das Obras Públicas, que espera que tal parceria tenha “efeitos muito positivos em termos do desenvolvimento económico de toda esta região”.

O turismo de cruzeiro representa cerca de 180 milhões de euros a nível nacional e 11 milhões para a região Norte. Os três oradores estiveram de acordo ao atribuir à comunidade e aos agentes económicos a responsabilidade de continuar a potenciar a obra. “O Governo e as instituições podem fazer o seu papel”, afirmou António Mendonça, “mas é importante que os agentes económicos tenham capacidade de empreendedorismo”. Os responsáveis referiram, ainda, a importância de uma obra como esta, não só no futuro da região, mas também de Portugal. E apesar de ser necessário “maior selectividade” relativamente a outros projectos devido à crise económica, António Mendonça crê que “é importante continuar a produzir e a lançar os alicerces que permitirão olhar o futuro com mais optimismo”.

Partida do Porto de Leixões em direcção à Ribeira

Depois da cerimónia, e para inaugurar, de facto, o novo cais de cruzeiros, partiu, do Porto de Leixões, o navio “Milénio do Douro”, com o objectivo de mostrar o percurso real que os turistas esperados vão ter oportunidadde de fazer.

A uma velocidade que permitia apreciar a paisagem portuense, a viagem deu a conhecer o Porto àqueles que nunca tinham visitado a cidade, e mostrou a Invicta de forma diferente àqueles que já a conheciam. Quase uma hora depois, o “Milénio do Douro” atracou na Ribeira, onde os passageiros desembarcaram um a um. O passeio continuou a pé, até ao Palácio da Bolsa, com os presentes a explicarem as histórias de algumas das salas mais emblemáticas do edifício ao ministro António Mendonça.

Na viagem de regresso, trocou-se o navio pelo autocarro, que levou todos de volta ao porto de partida. O percurso fez-se pelos locais mais característicos do Porto, desde o centro histórico, até Matosinhos, passando pela Batalha e Boavista, com a descrição áudio de cada local.