No âmbito da criação da Cartilha Política para as Legislativas 2011, a direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (AEFCUP) apresentou, a diversas forças partidárias, propostas para o Ensino Superior . As reuniões com os representantes dos partidos iniciaram-se a 20 de Abril. A primeira estrutura partidária a discutir esta cartilha e a receber uma comitiva da AEFCUP foi a Coligação Democrática Unitária (CDU).

CDU defende abolição de propinas

Jorge Machado e Rita Rato, deputados da anterior legislatura da CDU, centraram o debate em críticas ao modelo de financiamento, defendendo a abolição de propinas, e no processo de Bolonha, advogando a sua revogação. Por sua vez, a AEFCUP defendeu uma melhor clareza e justiça distributiva das dotações orçamentais, assim como uma acção social mais forte, uma racionalização da rede de Ensino Superior e, ainda, uma nova política para a empregabilidade e para o empreendedorismo.

Neste sentido, “destacam-se as propostas para se reduzir o impacto”, sobretudo nos “jovens mais qualificados, da nova Portaria n.º 92/2011” e, também, “uma discriminação fiscal positiva temporária dos jovens graduados, de forma a facilitar a inserção na vida activa”, explica a AEFCUP nas actas das reuniões.

PPV reforça o papel do cidadão

A 26 de Abril, seguiu-se o Portugal Pró-Vida (PPV), representado por uma comitiva encabeçada pelo presidente, Luís Botelho Ribeiro. Nesta reunião, a direcção da AEFCUP abordou questões genéricas e ideológicas, apresentando-se com uma “visão humanista” para o país em geral e para a política educacional em particular.

No entanto, a AEFCUP não considerou que esta postura seja contrária à exigência e responsabilidade nacional, visto que “o Estado tem um papel fulcral na promoção do conhecimento, além do dever moral em promover a igualdade de oportunidades no acesso ao Ensino Superior e da sua frequência”, afirma a Associação de Estudantes. Já o PPV afirma que a “sociedade civil” e o cidadão têm um papel mais importante na determinação do melhor rumo para o país.

BE debate divergência entre estruturas de financiamento

Na última quinta-feira, 28 de Abril, a comitiva da AEFCUP reuniu, nas suas instalações, com o Bloco de Esquerda, representado pelo deputado da legislatura cessante, José Soeiro. O BE, além de apresentar a sua actividade parlamentar e as suas políticas para o Ensino Superior, esclareceu diversas dúvidas e matérias de outras abrangências sectoriais. A Associação de Estudantes, além de ter levantado algumas questões relativas a outras matérias nacionais, fez uma sucinta apresentação dos seus objectivos nas matérias de políticas de e para a juventude.

O debate levou os intervenientes a concluírem que apesar de terem algumas divergências ao nível do financiamento, a AEFCUP concorda com a necessidade básica e preponderante de aumentar o financiamento para a acção social directa e indirecta. Por isso, os dirigentes associativos defendem a necessidade de um “ensino humanista, justo e transparente, sem deixar cair a necessidade de racionalizar a rede e custos das instituições de Ensino Superior”.

Nos próximos dias estão previstas reuniões com o Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), com o Partido Nacional Renovador (PNR) e com o Partido Humanista (PH). A 24 de Maio está, igualmente, previsto um debate eleitoral com jovens líderes político-partidários, moderado por Cláudio Carvalho, presidente da AEFCUP, e com a participação de Rita Rato (CDU), José Soeiro (BE), João Torres (PS), Duarte Marques (PSD) e Michael Seufert (CDS-PP).