Paulo Vila Maior, professor na Universidade Fernando Pessoa, diz que o Acordo de Shengan contribuiu para “reforçar a liberdade de circulação das pessoas”.

Apesar de essa liberdade já estar prevista “desde o início dos tratados que fundaram as comunidades europeias, havia algumas limitações”, explica.

O grande objectivo da criação do acordo foi “consagrar um grande espaço que correspondesse a toda a geografia europeia”, espaço que seria “de plena liberdade” de circulação de pessoas, refere o professor.

Paulo Vila Maior crê que o Acordo de Schengen “vai ao encontro do próprio projecto europeu, que desde que foi lançado é um projecto de pequeno espaço”. O professor explica que, na altura em que se assinou o acordo, fazia sentido que “se alargasse a liberdade de circulação de fronteiras a todas as restantes pessoas e não apenas aos trabalhadores que já dela beneficiavam”.

Na opinião do especialista em Políticas Europeias, as vantagens de não haver fronteiras entre os países são muitas e permitem aos cidadãos circular livremente entre os países da União Europeia.

O Acordo de Schengen trouxe várias implicações para Portugal, nomeadamente em relação à fronteira com Espanha, que passou a “ser apenas uma fronteira simbólica”. No entanto, Paulo Vila Maior diz que se continuam a fazer “verificações de identidade nas fronteiras, nos aeroportos e nos portos”. Esta situação acontece porque Portugal “é um dos países periféricos da União Europeia” e, portanto, “é uma das fronteiras exteriores”.

O Acordo de Schengen trouxe vantagens para todos os cidadãos da União Europeia, mas também possibilitou a imigração em massa, situação que não agrada a todos os países que constituem o acordo. Por este motivo, o futuro do Acordo de Shengen e da liberdade de circulação no interior da União Europeia fica incerto.