Itália, França e, mais recentemente, Alemanha demonstraram intenções de fazer algumas alterações ao Acordo de Schengen. Umas das propostas que fazem é a reposição de postos de controlo nas fronteiras.

A intenção de alterar as regras do acordo surge devido às “turbulências” que se verificam no Norte de África. A situação instável que alguns destes países do continente africano
atravessam resultou em “fluxos maciços de imigrantes, provenientes desses países, para a União Europeia”, explica Paulo Vila Maior.

O professor na Universidade Fernando Pessoa disse que o problema da imigração em massa surgiu quando pessoas, sobretudo oriundas da Tunísia, “entraram ilegalmente em Itália”. Tal tendência migratória é temida, também, em França.

Paulo Vila Maior diz que a única justificação para que estes três países queiram rever o Acordo de Schengen é “para tentar contornar o problema da ilegalidade”. O docente espera que este restabelecimento de controlos de fronteira seja temporário.

No entanto, o professor universitário mostra-se em desacordo com esta possibilidade e diz, inclusive, que pode “significar um retrocesso” ao que já se conseguiu na área da liberdade de circulação. Mostrar a identificação nas fronteiras dos países pode ser uma das implicações da alteração ao Acordo de Schengen, refere.

Com Alemanha, França e Itália a pressionarem a União Europeia para mudar alguns dos pontos do Acordo de Schengen, não se sabe em que ponto vai ficar a liberdade de circulação dos cidadãos europeus. Para além disso, uma mudança nos parâmetros do acordo, pode resultar numa alteração dos valores que estão na sua origem. Esta ideia já foi defendida pelo ministro da Presidência português, Pedro Silva Pereira.