A vida de um jornalista de guerra revela-se bastante ameaçadora e perigosa. A experiência profissional de jornalista “no terreno” é bastante diminuta, mas cinco alunos da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) estão a acompanhar militares no Kosovo.

Durante esta semana, cinco alunos da ESTA encontram-se embedded, isto é, integrados nas forças militares da KFOR/KTM no antigo território sérvio em guerra. A oportunidade surgiu de uma junção de factores. A brigada portuguesa de Santa Margarida, perto de Abrantes, precisava de jornalistas e assessores embedded para saberem lidar com estes comunicadores e, para os estudantes, a oportunidade de trabalhar com forças armadas revelou-se aliciante.

“Na prática, significa que estas tropas portuguesas têm que fazer um exercício para demonstrar que estão preparadas para ir para cenários de guerra e precisavam de alunos para fazer o papel de jornalistas”, explica Hália Santos, directora do curso de Comunicação Social da ESTA. Depois de terem trabalhado com as forças armadas portuguesas em Santa Margarida durante dois anos, os estudantes foram conhecer uma realidade oposta à que habitualmente convivem.

Para o curso da ESTA, a viagem é uma mais-valia para os futuros jornalistas, servindo para “tirar partido da componente prática”. A partir do Kosovo, os cinco jovens promissores produzem diferentes conteúdos jornalísticos para as diferentes plataformas do jornal da Escola Superior.

Há dois dias em território kosovar, os jovens já começaram a produzir conteúdos noticiosos. Ao longo da semana, os futuros jornalistas irão entrevistar o embaixador de Portugal na Sérvia e, também, o embaixador da Hungria, pois a Força Armada que acompanham é constituída por militares dos dois países.

Com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes, os alunos conseguem passar uma semana embedded no Kosovo. Os futuros profissionais de comunicação vivem com os militares KFOR/KTM. A directora do curso demonstra a relevância dos estudantes contactarem, também, com a realidade do território, dizendo que estes “vão ter um programa de identidade cultural para conhecer o ambiente social e económico do povo kosovar”. “No fundo, vão conhecer uma realidade diferente da deles para que o seu trabalho seja, ao máximo, fidedigno”, explica.