A noite começa cedo e acaba tarde. A paragem do autocarro especial é o ponto de encontro de muitos estudantes. Mesmo em véspera de cortejo, desde caloiros a finalistas, ninguém quis perder a festa no Queimódromo.

Liliana Junqueira, finalista de Química, conta que é a “vontade de se divertir” que a leva ao Queimódromo, apesar do dia do cortejo ser “um dia difícil”, principalmente por causa dos “sapatos do traje”. Mas “é a última vez, por isso vale a pena”, acrescenta.

“Quando se é finalista, a queima deve ser vivida mais intensamente”, afirma Vânia Raquel, finalista de Enfermagem. Serenata, o cartolanço e o cortejo são os pontos altos da semana para a finalista.

Por todo o recinto, predominavam cartolas e bengalas de todas as cores. Entre cerveja e shots, as bebidas mais procuradas, havia também quem procurasse o pão com chouriço e as bifanas, que assumem o mesmo protagonismo na comida.
Como de costume, a noite prolongou-se pelas barraquinhas, sendo que este é o ano com maior número de barraquinhas de sempre no Queimódromo.

Patrice foi atracção no palco principal

Patrice foi a atracção da noite. O artista de reggae afro-alemão afirmou, em conferência de imprensa, que o público era “muito bom” e que estabeleceu “uma boa ligação” com os presentes. Nos primeiros concertos que deu em Portugal, pouca gente conhecia a sua música e, neste concerto na Queima, já muita gente cantou as suas músicas e acompanhou-o durante o espectáculo, algo que “tocou” Patrice.

O cantor constitui actualmente um dos nomes mais sonantes da nova geração de artistas cuja música espelha um discurso espiritual e ecológico, provando que já não são só o “sexo, as drogas e o rock’n’roll” a mudar o Mundo.

Patrice está a trabalhar num novo álbum de reggae que espera lançar na Primavera do próximo ano. O músico pretende continuar o legado deixado por Bob Marley, uma das suas inspirações.

Antes de Patrice, Richie Campbell aqueceu a noite no palco principal do Queimódromo. Ao longo do concerto, Richie Campbell não se cansou de repetir que, para ele, era “um prazer actuar pela primeira vez na Queima das Fitas do Porto”. Uma das suas músicas mais conhecidas, “911”, fez o encerramento do concerto.

Em conferência de imprensa, Richie Campbell reafirmou que o concerto “foi óptimo” e sentiu-se feliz por algumas pessoas já conhecerem as suas músicas, “ao fim de tão pouco tempo”.

Richie Campbell é já uma das grandes promessas do reggae Europeu. Em 2008 foi o primeiro português a atingir o top de vendas da “Soundquake” (líder de vendas de reggae em formato vinil). Neste momento, o músico está concentrado no projecto a solo e no álbum que vai lançar no final do ano.