A compra de casa própria leva a que as famílias adquiram um empréstimo junto da banca. O empréstimo da casa em conjunto com outros pedidos de empréstimo são responsáveis pelo endividamento excessivo ou sobreendividamento de diversas famílias.

Ana Passos, coordenadora do Gabinete de Sobreendividamento da Deco, explica ao JPN que as famílias entram, normalmente, nestas situações “quando há um precalço, normalmente, um dos três D’s: Desemprego, Divórcio e Doença”. Na região Norte do país, é o desemprego o principal motivo pelo qual muitas famílias não são capazes de continuar a suportar os empréstimos bancários.

Ana Passos explica que, perante estas situações e assim que as famílias pedem ajuda à Associação de Apoio ao Consumidor, o seu papel passa por fazer “mediação”. Ajudar “as famílias a gerir o orçamento familiar, por forma a que consigam adequar as prestações dos créditos aos rendimentos que têm disponíveis” é o grande objectivo da Deco.

A coordenadora do Gabinete de Sobreendividamento da Deco refere que os pedidos de ajuda são muitos. Desde o início do ano e até 31 de Março, entraram na Associação de Apoio ao Cliente 1015 pedidos de ajuda.

Ana Passos explica que, normalmente, o último empréstimo a pagar é “sempre o crédito de habitação”. “As pessoas têm ideia que, estando a cumprir com o crédito de habitação, a casa está salvaguardada”, o que não corresponde à verdade.

“Qualquer incumprimento de um outro crédito” pode significar a hipoteca da casa ao banco, que pode, mais tarde, vir a ser objecto de penhora. Na pior das hipóteses, o imóvel pode ser vendido em leilão e “a pessoa pode ficar sem a casa, mesmo estando a cumprir com o pagamento ao banco”, esclarece.

Ana Passos termina, referindo que a contracção de “um crédito de habitação é para toda a vida”. Por esse motivo, “é importante que as pessoas têm em consideração” os créditos que assumem e que prestem atenção a todas as claúsulas na hora de assinar o contrato.