As opiniões dividem-se quando se pergunta: “E o concerto dos MGMT?”. Mas de uma coisa não há dúvidas: o momento alto da noite foi quando o tema “Kids” tocou no palco do Queimódromo. Gente a saltar, corpos a abanar, cartolas e bengalas pelo ar, ao som de uma das mais contagiantes músicas da banda norte-americana. Estavam dois álbuns em jogo neste concerto e nem sempre foi harmoniosa a interligação de ambos, já que “Oracular Spetacular” (álbum de estreia) contêm as músicas mais vibrantes, enquanto que “Congratulations” (último álbum dos MGMT) tem um som bem mais psicadélico, quase a lembrar Flaming Lips. “Electric Feel” apareceu como uma celebração perfeita do que são os MGMT: exóticos e excitantes.

Já no encore e com o público a entoar, ainda que ao de leve, as guitarradas de “Kids”, voltaram os MGMT com “Pieces of What” e, a fechar, “Brian Eno”. Um concerto concentrado em boas energias tal como o público que os contemplava.

Para Mariana Madeira, estudante de História de Arte na FLUP, “o concerto foi bom mas o som parecia estar abafado”. “E a voz dele é bem diferente no mp3”, compara. Já para Pedro Paiva, estudante de Engenaria Civil, “o problema foi mesmo não ter conseguido chegar lá à frente, até porque o concerto foi razoavelmente bom”.

“Somos uma banda de álbuns, não de singles”

Os X-Wife abriram a noite de quarta-feira, no palco principal. “Passaram oito anos desde que aqui estivemos”, dizia João Vieira, vocalista da banda. Com quatro discos editados, a banda do Porto aquecia os que iam chegando ao recinto, com o single de estreia “Keep on Dancing”. “Aproveitem bem que isto é muito rápido, eu também já estive na queima desse lado”, garantiu o vocalista. No “primeiro concerto a sério” desde o novo álbum “Infectious Affectional”, os X-Wife mostraram a maturidade da banda. Com um público ainda meio adormecido, João Vieira e companhia garantiram que são “uma banda de álbum e não de singles”.

No final da noite, os MGMT foram, sem dúvida, os protagonistas desta quarta-feira de Queima das Fitas. Sem qualquer declaração à imprensa, a banda norte-americana distribuiu alguns autógrafos pelos que aguardaram junto ao palco principal.

Mas a noite estava longe de terminar: pelo meio das barraquinhas concentraram-se os estudantes a dançar ao som da mistura de músicas que se ouvia a cada passo. Cantorias que só terminaram com o sol bem alto.