Fartos dos convencionais lugares turísticos da Invicta, como a Torre dos Clérigos, a Casa da Música ou Serralves, um grupo de jovens desenvolveu uma aplicação (app) para dar a conhecer o Porto desconhecido. Definem-se como “insiders” que devoram a cidade do Porto, experimentam e compilam todos os espaços alternativos.

“A ideia surgiu quando estava em viagem pela Europa”, conta Sérgio Oliveira, autor e programador do “moveOporto”. “Berlim é uma cidade cheia de vida, mas nos guias turísticos apenas se encontravam os percursos tradicionais. Comecei a usar umas apps locais, a procurar páginas e blogues que me permitissem conhecer verdadeiramente a cidade”, explica ao JPN.

No meio dos prédios altos e das ruas apertadas do Porto, muitos tesouros culturais camuflam-se entre a paisagem. “Não se trata de uma base de dados, mas quero incluir aqueles locais mais friendly e mais cool da cidade”, afirma o autor, reforçando, ainda, que é importante “defender o comércio tradicional.”

A inscrição dos diferentes espaços do Porto é gratuita. Também o download da aplicação se revela de custo zero. Sérgio Oliveira explica que “o objectivo da aplicação não foi criar um modelo rentável”. “Foi por paixão à cidade onde nasci e por querer melhorar as minhas capacidades de desenvolvimento de aplicações móveis. Pretendemos ter anúncios na app, mas como forma de manutenção de custos da aplicação”, conta.

Neste momento, a aplicação “moveOporto“, com apenas uma semana, já conta com quase cem spots distribuídos pelas diferentes categorias da app. Em apenas sete dias, esta jovem aplicação para smartphones já conta com três mil downloads na “App Store” Portuguesa, ocupando o primeiro lugar na secção “Travel” e integrando o Top 10 da loja online.

Os espaços friendly e cool do Porto

A equipa de quatro jovens amigos revela-se a principal e única seleccionadora dos locais de interesse para a app. Sérgio Oliveira é programador e, depois da sua viagem por Berlim, decidiu convidar três amigas para criarem a aplicação. A equipa do “moveOporto” inclui, também, a professora de Artes Visuais Marlene Vinha, a consultora de Imagem Diana Vinha e a crítica de Arte Rita Roque.

Numa primeira fase de selecção dos spots da app, cada “insider” reuniu uma selecção de locais alternativos e indicados para a aplicação. “Passa muito por uma escolha pessoal e criteriosa de todos os elementos da equipa e dos convidados para o projecto”, explica Sérgio Oliveira.

O consenso tem que ser geral entre todos os “insiders” para um local ser incluído na lista dos spots do “moveOporto”. “Essa diferença pode estar no seu atendimento, nos serviços ou produtos que oferece, na arquitectura do próprio espaço”, entre outras coisas, explica o autor do projecto.

O “moveOporto” exige um conhecimento exaustivo da cidade por parte dos “insiders”. Os quatro amigos não pensam em alargar a app para outras cidades portuguesas pois, como explica Sérgio, “teríamos de nos sentir igualmente confiantes como nos sentimos com a cidade do Porto”. “A estrutura já existe, falta é conhecer aquilo que outras cidades têm para oferecer”, refere. “Estamos abertos a parcerias e, se alguém se quiser juntar a nós, teremos todo o gosto em expandir o projecto”, revela o programador.