Nos anos 70, as substâncias psicadélicas costumavam estar disponíveis apenas na obscuridade das lojas londrinas e no Bairro Vermelho de Amesterdão. Só no princípio dos anos 90 abre a primeira smartshop em Amsterdão, a “Conscious Dream Conscious Dreams“, uma loja com drogas 100% naturais e legais para adultos.

Os comprimidos energéticos sem substâncias químicas e os chamados “cogumelos mágicos”, à venda legalmente pela primeira vez em 1994, foram os maiores sucessos. Espanha, Itália e outros países seguiram o exemplo holandês.

A “Azarius” foi a primeira smartshop europeia a vender pela Internet permitindo, através de um clique, adquirir produtos naturais e obter informação sobre o seu uso e história. Contudo, estas lojas virtuais têm algumas restrições de envio dos produtos devido às leis nacionais de cada país.

Para evitar problemas legais, a maioria das lojas não comercializa os produtos como bens de consumo, o que torna a compra menos segura, já que em alguns casos não é distribuída a informação sobre a dosagem dos produtos encomendados. Apesar desta tendência, Marcelo Sousa, proprietário da “Euphoria Smartshop”, defende que na sua loja todos estão “preparados para dar informação” e para “compreender a necessidade do jovem na procura de certo tipo de produto”.

Venda de mefedrona é preocupante

Francisco George, director-geral da Saúde, declara que a crescente comercialização de drogas legais, cujos efeitos prejudiciais para a saúde podem levar à sua suspensão, “é uma questão de preocupação”. Um desses casos é a venda de mefedrona a nível nacional, já proibida em vários países europeus pelo surgimento de casos de morte e de problemas de saúde graves.

Quanto à comercialização de mefedrona, Vítor Lopes, proprietário da “Little Amsterdam & Coffeeshop”, reconhece os efeitos perigosos que esta substância tem na saúde humana mas declara que nunca comercializou esse tipo de substâncias. “Até agora, a única substância que estava a causar problemas era a mefedrona, sobretudo no Reino Unido, mas isso foi retirada do mercado e nós nunca a comercializamos”.

Esta substância continua a ser vendida em algumas smartshops como adubos ou fertilizantes e é consumida por jovens para efeitos recreativos. Apesar da venda da mefedrona ser legal, o Infarmed, autoridade reguladora do sector de medicamentos em Portugal, considera que esta deve ser proibida e incluída na categoria de substâncias ilícitas.