Em vigor desde 2007, o estatuto de estudante-atleta da Universidade do Porto teve a aprovação do Reitor, Marques dos Santos, após o Senado se ter mostrado favorável à execução de reformulações necessárias para que os estudantes integrantes das selecções desportivas da universidade e os que representam as associações académicas possam ser abrangidos pelo estatuto.

A proposta inicial, desenvolvida pelo Gabinete de Apoio ao Desporto da UP (GADUP) e pela Federação Académica do Porto (FAP), tinha como principal objectivo tornar o estatuto mais abrangente, de modo a criar “oportunidade de não só os estudantes que representem a Universidade do Porto tirarem benefícios do estatuto”, como também os que “representam as suas associações nos campeonatos nacionais universitários”, referiu o responsável pelo GADUP, Bruno Almeida.

Para além desta reformulação, o estatuto introduz a criação de uma bolsa de mérito desportiva para os “estudantes que tiverem resultados de excelência”, mas esta continua a ser “estudada pelo GADUP para depois ser apresentada”, afirmou Bruno Almeida.

“Estávamos a afastar os estudantes da prática do desporto universitário”

Apesar de terem conseguido a aprovação do estatuto de estudante-atleta da UP em 2007, o GADUP e a FAP sentiram a necessidade de expandirem os direitos do documento para que os “estudantes continuem a praticar desporto e se envolvam no desporto universitário”, conta Bruno Almeida.

O responsável pelo GADUP refere que “não era justo” muitos alunos participarem em campeonatos académicos e “não terem direito a faltas justificadas”. “O que estava a acontecer é que estávamos a afastar os estudantes da prática do desporto universitário”, afirma Bruno Almeida.

Bruno Almeida destaca que tanto o GADUP como a FAP “querem que exista cada vez mais participação e mais pessoas envolvidas no desporto universitário”, pelo que a alteração do estatuto era uma peça fundamental para mudar esta situação.

“O que falta ser feito é uma questão de mudança de mentalidades”

As mudanças introduzidas no estatuto têm melhorado as condições dos estudantes praticantes de desporto, mas Bruno Almeida considera que, apesar dos “passos importantes dados internamente”, ainda “é preciso que os professores das várias faculdades e os órgão directivos encarem o estatuto não como uma forma de faltar às aulas e fazer exames fora de época, mas como uma possibilidade de os estudantes representarem a universidade”.

O responsável pelo GADUP lembra que a “consciencialização começa a ser maior” e sublinha que “só realmente usufruem deste estatuto os estudantes que ganham esse direito pelo seu mérito desportivo”.