Apesar da falta de resposta da Câmara Municipal do Porto ao pedido de utilização da Biblioteca Almeida Garrett e dos jardins do Palácio de Cristal, e dos cortes financeiros do ministério da Cultura, o festival Fazer a Festa vai realizar-se mais uma vez, mas pelas ruas do Porto.

O Fazer a Festa celebra a sua 30.ª edição este ano. No entanto, o certame internacional não vai decorrer nos moldes normais. Do interior do Palácio directamente para as ruas do Porto, o Fazer a Festa vai ter apenas a participação de uma companhia galega, com bombos, cabeçudos e malabares.

Os cortes nos apoios do ministério da Cultura, a deterioração das condições financeiras do festival e a “atitude hostil” da Câmara Municipal do Porto são as razões apontadas pelo Teatro Art’Imagem para o anormal funcionamento do festival. “No ano passado [a câmara] já não autorizou a utilização do auditório, mas este ano nem deu resposta aos nossos pedidos para fazermos o festival dentro do Palácio de Cristal”, acrescenta José Leitão, director artístico do festival.

José Leitão refere que o “Fazer a Festa” teve sempre o apoio da câmara até à entrada do actual executivo camarário. O director artístico acusa Rui Rio de não “gostar muito de alguns artistas da cidade do povo”. O representante do festival não percebe a política de atribuição de subsídios da Câmara Municipal do Porto, afirmando que não existe qualquer concurso. “É conforme o gosto do vereador do pelouro da Cultura”, reforça.

O responsável artístico afirma que uma vez que não há dinheiro nem espaços disponíveis se vai “fazer uma espécie de evocação do festival”. Apesar de todas as adversidades a organização do vai continuar a lutar para manter o “Fazer a Festa”. “Nós queremos que o festival se continue a realizar e não é qualquer presidente da câmara que nos vai demover”, sublinha.

O “Fazer a Festa” é para, José Leitão, um “património da cidade” e deveria merecer a atenção do executivo, uma vez que o Art’Imagem já foi presenteado pela Câmara do Porto com a medalha de mérito, grau ouro.

Segundo o director artístico, “se as pessoas quiserem ser surpreendidas, tiverem curiosidade, quiserem passar um bom tempo e sair da sua rotina” é sempre interessante visitarem o “Fazer a Festa”. O festival vai decorrer nas ruas do Porto de 14 a 17 de Junho.

Até ao momento, o JPN não conseguiu falar com a Câmara Municipal do Porto.