“Tenho visto mentiras incríveis, contadas às pessoas, que me doem”, declara Luís Portela, presidente do grupo farmacêutico Bial. E são “mentiras conscientes”, ressalva. Mesmo assim, Luís Portela vê em Mário Soares, Jorge Sampaio e Cavaco Silva “políticos impecáveis e que se entregaram ao país”, vendo-os como “grandes exemplos” que tentam ser impecáveis e que fazem as coisas direitinhas”. Já dos restantes políticos, “os que mentem”, Luís Portela não fala “.

No âmbito de uma tertúlia sobre ética e desenvolvimento sustentado, na Casa-oficina António Carneiro, no Porto, o líder farmacêutico não esconde que “há políticos que não têm ética” e que é urgente “uma mudança de atitude de todos os portugueses”, já que ao longo dos últimos 20, 30 anos, “habituamo-nos a viver acima das nossas possibilidades”. Luís Portela não encara Portugal como um país pobre, mas “como um país remediado” que vive “com regras, normas e hábitos de um país rico”.

“Se não tornarmos o país mais rentável e se acumularmos mais dívidas, isto não pára”, alerta Luís Portela, que vê um Estado muito dependente dos subsídios, uma situação “impraticável”, avalia. Para o gestor, a solução passa por “um projecto e uma visão para o país”, porque senão “vamos eternizar esta situação”.

Em jeito de conclusão, António Leite, director da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), incentivou os jovens a terem “vontade de mudar o mundo”, porque só assim é possível “ter um país melhor”.