O mergulho é uma actividade que está ao alcance de todos e com o treino e a preparação indicadas, as pessoas com incapacidades físicas também podem praticar a modalidade. O JPN foi perceber como funciona o mergulho adaptado, que ainda é uma actividade pouco conhecida e divulgada em Portugal.

A escola MergulhoMania, em Matosinhos oferece, entre outras actividades, a possibilidade de fazer mergulho adaptado. Luís Mota, instrutor na MergulhoMania, explicou ao JPN que o mergulho adaptado proporciona, “a pessoas que têm algum tipo de limitação física, quer por doença, quer por lesão, a possibilidade de poderem andar num meio que não é o deles e poderem movimentar-se em todas as direcções, sem obstáculos”.

Para se orientar uma sessão de mergulho adaptado é necessário fazer uma formação específica, nomeadamente ter um certificado da “Disabled Divers International (DDI)”, refere. A DDI é uma organização internacional, sem fins lucrativos, direccionada, especificamente, para o mergulho adaptado.

O instrutor da MergulhoMania diz que é “preciso aprender para poder lidar com situações deste género”. No entanto, a “experiência” que se vai obtendo com o passar do tempo é também fundamental.

A actividade ainda não é muito conhecida no país, apesar de se praticar em alguns locais, como em Lisboa e no Algarve. Luís Mota revela que, inicialmente, a adesão foi inferior às expectativas, mas com o passar do tempo, e através de troca de experiências pessoais e também das redes sociais, as pessoas começam a aderir em maior número.

Benefícios do mergulho adaptado

A actividade de mergulho adaptado tem inúmeras mais-valias para os seus praticantes. Luís Mota refere a “integração com a comunidade” e a forma como aqueles que têm incapacidades físicas lidam com as outras pessoas como uma das mais importantes.

O lado desportivo e físico é, também, fundamental, uma vez que permite “praticar ginástica” num ambiente quase sem gravidade. Luís Mota afirma que, em alguns casos, as melhorias são visíveis, já que pessoas que praticam esta modalidade “começam a mexer os músculos e a trabalhar as pernas e os braços”.

A nível psicológico, esta actividade tem como consequência aumentar a “auto-estima”, “auto-confiança” e “força de vontade” dos seus praticantes, já que estes conseguem ultrapassar algumas barreiras que se colocam à sua mobilidade, explica Luís Mota.

A prática de mergulho adaptado também tem um efeito positivo nos pais das pessoas que praticam a modalidade. “Muitas vezes, os pais até ficam mais exaltados que os próprios participantes, porque começam a ver os filhos praticar coisas que nem eles imaginavam”, refere Mota.