A tarde estava calma, mas em frente à Junta de Massarelos, na Rua Rainha D. Estefânia, avistavam-se algumas bandeiras de tom azul claro. Nas bandeiras, ostentava-se a palavra “Norte”. O Partido Democrático do Atlântico, que concorre às Eleições Legislativas nos Açores e em 8 distritos da zona Norte do país, fala em discriminação e parcialidade à porta da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

“Fomos confrontados, na passada sexta-feira, com uma reunião da CCDR-N exclusiva aos cinco partidos com assento parlamentar”, explica José Ferraz Alves, candidato do PDA por Viana do Castelo. O candidato diz-se surpreendido com este facto e decidiu manifestar-se à porta da CCDR-N. “A razão da nossa presença é demonstrar aos portugueses que, ao não convidar todos os partidos que estão a concorrer ao Norte, a CCDR-N viola princípios de democracia e imparcialidade que lhe são exigidos”, explica o candidato.

Paulo Pereira, segundo cabeça-de-lista do PDA pelo distrito do Porto, teme que esta reunião contribua para uma maior discrepância entre os cinco partidos com assento parlamentar e os restantes partidos que concorrem ao Norte nas eleições de 5 de Junho. “A repercussão que este tipo de reunião tem nos meios de comunicação pode levar a opinião pública a pensar que apenas estes cinco partidos estão preocupados com o Norte de Portugal”, explica Paulo Pereira.

O partido, que concorre pela primeira vez às Eleições Legislativas, foi recebido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte que explicou o sucedido. “A justificação desta reunião à porta fechada foram as supostas cartas que os partidos remeteram à CCDR-N a pedir esclarecimentos sobre o estado da região Norte”, explica o candidato por Viana do Castelo. “Esta situação é muito grave, pois apercebemo-nos que quem nos tem vindo a representar não faz a minima ideia do que se passa nesta área do país”, conclui.

Paulo Pereira condena esta reunião, dizendo que “é inaceitável que alguns partidos estejam tão desligados da situação do Norte do país e precisem de um breafing informativo para não serem apanhados em contra-pé nesta campanha”, o candidato acusa, ainda os cinco partidos com assento parlamentar, de serem “parte activa do empobrecimento do Norte.”